segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Resenha - Red November

http://www.boardgamegeek.com/boardgame/36946

Red November é um dos jogos lançados pela Fantasy Flight Games no ano de 2008. Ele foi lançado na categoria “Silver Line” e tem como autores Bruno Faidutti (Citadels) em parceria com Jef Gontier. É um jogo cooperativo para 3 a 8 jogadores, mas é perfeitamente possível jogar no modo solo.

Tema

Um submarino gnomo em sérios apuros é o tema principal de “Red November”. Fogo, salas inundadas, reator com mal-funcionamento, aumento constante da pressão, asfixia e um monstro marinho são algumas das constantes ameaças ao submarino. O objetivo é sobreviver durante cerca de 60 minutos (o tempo é contado de forma semelhante ao Thebes) até a chegada do resgate, caso contrário o submarino é destruído e todos perdem. Durante este tempo os jogadores irão apagar incêndios, consertar o reator e o motor, desativar o lançamento dos mísseis nucleares, bombear água das salas inundadas e possivelmente enfrentar uma lula gigante que quer devorar o submarino.
Quando se joga o “Red November” não é difícil lembrar do submarino russo “Kursk” que afundou alguns anos atrás e parece, inclusive, que o jogo foi inspirado neste trágico acidente.

Nota (5/5) – Um tema diferente e que chama a atenção mantendo o interesse pelo jogo.

Componentes

Os componentes são de excelente qualidade, assim como sempre se espera de um jogo da Fantasy Flight. A caixa é bem pequena, do tamanho exato da caixa do Citadels, mas comporta diversos componentes, dentre eles 8 miniaturas de marinheiros (gnomos), mais de 60 cartas, quase uma centena de tokens, marcadores, player aids, manual, 1 dado de 10 faces e o tabuleiro (que aberto tem quatro vezes o tamanho da caixa).
Uma coisa curiosa é que depois que você tira os componentes da caixa, fica difícil colocar tudo de volta novamente. Por causa deste aperto algumas das miniaturas de marinheiros acabam ficando inclinadas ou tortas.
As cartas são de ótima qualidade e bem pequenas também. Os tokens de equipamentos são de um papel bastante resistente, semelhantes ao do Carcassone.

Nota (5/5) – Excelentes componentes, com ótima qualidade. Uma caixa pequena e resistente que pode ser transportada facilmente. O único porém é o espaço reduzido e algumas das miniaturas que acabam vindo tortas.

Mecânica

Durante o turno do jogador ele poderá se movimentar pelo submarino (se for possível), realizar uma ação que geralmente é consertar alguma coisa, medir o nível de intoxicação devido a ingestão de vodka que deixa os marinheiros com coragem para entrar nas salas com incêndio e atualizar o tempo gasto nos movimentos e ações onde novos eventos, quase sempre ruins, irão surgir.
Para se movimentar e agir o marinheiro usa tempo medido em minutos. Para abrir uma escotilha que leva a outra sala leva, por exemplo, 1 minuto. Para realizar ações os jogadores também escolhem quantos minutos utilizarão. Quanto mais tempo for alocado para a tarefa mais chances de sucesso ela terá. Se por exemplo o jogador diz que usará 4 minutos para uma tarefa ele lançará o dado e só terá sucesso se o valor for menor ou igual a 4. Os tokens de equipamento ajudam nesta conta somando alguns minutos de bônus, um extintor por exemplo dá mais 3 minutos numa tentativa de apagar um incêndio.

Nota (3/5) – A forma de contar o tempo, semelhante a do Thebes, é a mecânica mais interessante do jogo. Joga quem está mais “atrasado” de modo que um mesmo jogador pode ter vários turnos seguidos se usar pouco tempo em suas ações e movimentos.

Replay

Sendo um jogo cooperativo mas que pode ser jogado no modo solitário já torna o “Red November” uma boa pedida para quem procura rejogabilidade. Cada partida se torna diferente por causa da aleatoriedade do dado, mas o que se tem a fazer durante o turno muitas vezes é repetitivo o que pode ser enfadonho para alguns jogadores. Não joguei muitas partidas ainda, mas depois de cinco tentativas (todas fracassadas) acredito que o “Red November” tem bastante desafio a oferecer.

Nota (3/5) – Não acredito que seja um jogo que verá mesa sempre, mas parece ser divertido e deverá atrair principalmente os não-gamers e jogadores casuais.

Variantes

Duas variantes são apresentadas. Numa delas jogador que tiver seu marinheiro morto durante a tentativa de salvar o submarino terá a oportunidade de substituir o falecido por outro marinheiro que estava “escondido” num canto do submarino. Esta opção é válida principalmente para quem não gosta de jogos com eliminação.
A outra opção é a chamada “Crazed Gnomes” onde os jogadores podem usar um pé-de-cabra, que geralmente é utilizado para ajudar a desbloquear escotilhas, para atacar outros marinheiros. Esta opção se justifica apenas por conta de uma particularidade nas regras. Existe uma condição de vitória que permite a um dos jogadores utilizar um “Aqualung” e fugir do submarino abandonando os seus camaradas. Neste caso este jogador vence se o submarino for destruído, caso contrário ele perde e os demais jogadores vencem. Caso um jogador desconfie que existe um “traidor” a bordo pode-se utilizar o pé-de-cabra desta forma não convencional.

Nota (4/5) – As variantes apresentadas parecem interessantes e podem ajudar a tornar o jogo mais tenso, principalmente a dos gnomos enlouquecidos.

Diversão

Com o grupo certo é bastante divertido. Rende vários “Hurras!” quando os desafios vão sendo vencidos a bordo em combate às diversas situações trágicas que ocorrerão a todo o tempo.
Não deverá fazer muito sucesso com heavy-gamers que fazem vista grossa para jogos leves.

Nota (3/5) – Depende também do grupo para se tornar divertido.

Conclusão

“Red November” é um jogo cooperativo, leve e fácil de aprender. As regras são explicadas em no máximo 15 minutos e uma partida leva em torno de 45 a 60 minutos com 4 jogadores. Tem excelentes componentes e pode ser transportado facilmente. Pode não agradar os mais hardcores, mas possui um tema interessante e é uma ótima opção como gateway. Vale a pena conferir.

Nota (4/5)

[]s,

Cadu.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Twilight Imperium apresenta: Episódio Laranjeiras – Trapalhadas Espaciais

Já que andaram falando tanto em TI (Twilight Imperium) me inscrevi para uma épica partida com 5 jogadores em Laranjeiras, no local onde se encontra a famosa cripta do Bouzada. E o nosso anfitrião nos recebeu todo vestido de preto, com um capacete esquisito e com a Marcha Imperial tocando bem alto, ao fundo, já intimidando os concorrentes. Ele já foi “convidando” todos a assinar um documento cujas letras miúdas do contrato obrigam a concordar, e postar em todas as listas do Yahoo, que o TI é o melhor jogo do mundo. Vida ruim já na chegada...

Os incautos heróis desta empreitada eram: Márcio, Formiga, Leonardo e Cadu... enfrentando o Major Bouzada Ronque (i.e. “Ronca e”) Fuça em sua versão mixta de Darth Vader com JigSaw.

De cara um mau presságio... tirei 6 na soma de dois D10 e fui o último a escolher a raça com que iria jogar. Pior, ainda fui ser vizinho do home-system do Bouzada que estava jogando com os “Universitários de Jol Nar”, uma turma de nerds alienígenas famintos por tecnologia.

Para encarar este desafio escolhi o “Clan de Saar”. Este nome pomposo não diz muita coisa, visto que a raça se traduzia em um bando de cachorros espaciais cujo home-system era composto por dois pedregulhos que eles consideram como planeta. Cachorrada!!!

Formiga escolheu os Lizyx, uma turma que gosta de construir Dreadnaughts só para se exibir pelo confins do universo.

Márcio escolheu os Naalu (cara eu nem sei se estes nomes estão certos). Essa é uma raça desgraçada de fura-filas. Eles sempre jogam primeiro.

Leonardo escolheu.... hummm.... não lembro o que o Leonardo escolheu. Era uma raça que já vinha com tecnologia da War Sun, só que na versão Tabajara. Sei que ele sabia toda a teoria do jogo, mas na prática a situação ficou catastrófica.

Começamos o jogo e o Bouzada já escolheu “Trade”, chamou o Deputado Camilo Sujeira para ser o seu Negociador Galáctico, fez os melhores acordos (apesar dos constantes avisos do Márcio) e na primeira rodada já fez várias tecnologias invadindo os planetas vizinhos e devastando tudo. Não satisfeito ainda interceptou a encomenda de jogos do Cacá mostrando que não tem medo nem de Palestino.

Cadu “El Loco Bielsa” já partiu pra briga e destruiu uma das naves do Bouzada que, intencionalmente, interceptavam seu caminho para outros sistemas. Essa audácia seria devidamente retribuída mais tarde... gusp...

Formiga fez o que sua natureza o indicava para fazer. Um formigueiro!!! Foi navegando de espaço em espaço, fazendo uma fila de naves até Mecatol Rex.

Márcio ficou quietinho no seu canto, aumentado a quantidade de suas naves e esperando a hora de dar o bote em um de seus vizinhos.

Leonardo saiu com sua War Sun para se aventurar pelos confins do universo. Só que ele nomeou o Shamou como Almirante e acabou esquecendo de levar “Ground Forces” e assim não pôde colonizar os planetas.

Depois de tanta trapalhada o que aconteceu foi que o Bouzada quase me exterminou do jogo, capturou meu Almirante Rin Tin Tin e só devolveu, sem resgate, depois de torturá-lo com uma interminável sessão de piadas do Victor. Também eliminou metade das forças do Formiga, destruiu a War Sun do Leonardo e só não fez nada contra os Naalu porque o Márcio foi malandro e ficou do outro lado do universo sem nenhum contato com o grupo de extermínio vindo de Jol Nar. O Cacá ficaria orgulhoso...

Minha única alegria foi destruir a outra War Sun do Leonardo, que passou o jogo inteiro tentando convencer seus vizinhos “mãos de vaca” a lhe entregar “Trade Goods” em troca de um acordo de paz.

Fim da festa (festa para o Bouzada, claro) com uma vitória devastadora do anfitrião, o Márcio em segundo, Cadu e Formiga empatados em terceiro e o Leonardo em último com cerca de 9 horas de jogo.

Duas da manhã de segunda-feira, vida muito ruim... Para descrever tudo isso só com uma frase, incorporei minha raça e soltei um sonoro “Caim, caim, caim...”.

domingo, 23 de novembro de 2008

Calabouço das Peças: 2a Special Edition

Rolou na 5a feira, feriado , a 2a edição especial do Calabouço. Infelizmente tive que sair mais cedo então não pude fazer a "cobertura" completa. Só joguei o Dune, Eketorp (paramos na 1a rodada) e Take Stock, um card game da Z-Man Games.

A casa ficou cheia, com mais de 30 participantes. Quando eu cheguei, resolvemos montar a mesa de Dune , com 6 jogadores e logo em seguida formaram uma mesa de Formula Dé do meu lado. O Dune é um jogo bem antigo e BEM BEM feinho. As mecânicas compensam bastante, com um sistema de combate criativo e algo que o Bouzada admira muito em um jogo e eu também acho fantástico, justamente pelo trabalho que dá. Raças assimétricas razoavelmente balançeadas. Não acho que tenha o equílibrio do TI3 mas definitivamente foi uma partida disputada entre o Bouzada e o González.
O jogo com certeza deve apetecer bastante os fãs de Dune e merece um remake no estilo do que o Karim fez com o Dune. Com certeza daria um ar totalmente novo para o jogo. Uma pena que o Frank Herbert Jr não tenha liberado os direitos autorais para o relançamento da Fantasy Flight. Ia ser um jogaço. Acabou com a vitória do Bouzada e eu admito que gostaria de jogá-lo em circunstâncias mais calmas, sem a dispersão do calabouço e possivelmente com algum redesign decente do mesmo.
A galera jogou no meio tempo um Giganten, um jogo de exploração de petróleo muito bonito do Rogério. Descemos para jogar o Eketorp, a galera montou um Space Dealer para alegria do Guilherme (fiquei curioso pra conhecer, pois adoro o tema e achei os componentes muito bonitos).
O Eketorp é bem bonito, o nível de produção da Queen é altíssimo então fizeram um jogo bem bonito. Infelizmente, jogamos em 6 jogadores, então o caos foi tão grande que a galera acabou desistindo do mesmo e foram montar um Age of Empires III. Como eu tinha hora, joguei o Take Stock, um card game farra que deve melhorar se jogarmos uma série de partidas ao invés de uma só (q demorou 5 minutos).

E foi só. Para quem quiser um report maior e mais completo, sugiro visitar o blog do Cacá que chegou qd eu tava de saída hehehe.

www.eaitemjogo.blogspot.com

No perfil do Orkut do Calabouço das Peças tem fotos da galera para quem sempre ouviu falar do pessoal mas não sabia quem era. Ainda falta muita gente mas aos poucos vou botando mais gente.

Segue o link:

http://www.orkut.com.br/Main#Profile.aspx?uid=623805072067014095

o Warny também já colocou no ar as fotos da Torre das Peças:

http://picasaweb.google.com.br/warnymarcano/1TorreDasPeAs#

E eu em breve vou inaugurar meu blog, a "cidadela das peças" com um dos reports "oficiais" da Torre!

Abrax,

Fel

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

CAVERNA DAS PEÇAS 3 - A ARMA SECRETA E O GOLPE FATAL DA MOSCA

O PLANO SECRETO

Assim que adentramos a Caverna das Peças, habitat de nove (dez? onze?) gatos, Antônio Marcelo já havia preparado sua arma secreta contra o ser mais cínico da Cidadela das Peças, que atende pela alcunha de Mosca Morta Dissimulada Palhacento Nome Sugestivo. Não há até o momento armas eficazes contra esse ser, mesmo porque até que se fale seu nome completo, a Mosca Morta já aplica seu golpe fatal e ganha o jogo com sua célebre frase: "Acho que tenho chances!".
Mas Antônio Marcelo não desiste de tomar o reinado da Caverna! E para isso, com a ajuda de fiéis aprendizes (Baiano, Leandro e eu), marcamos um Power Grid (jogo até então não dominado por moscas dissimuladas). E para completar, Antônio traz à mesa uma bebida um tanto (hmm) alegre! GuaraGay! Tudo para tentar finalmente impedir que "André Fel Barros Mosca Morta ah vc já sabe o resto" vença as batalhas. Mas o que ninguém estava contando é que o terrível vilão tenha ficado bastante a vontade com o líquido, que por sinal, estava fresquinho, fresquinho...

CORÉIA - UM POWER GRID DIFERENTE!

Antônio Marcelo, que detém o título de Vossa Majestade do Power Grid, estava pronto para dar o pulo do gato quando um dos gatos quase pulou em cima do tabuleiro! Talvez isso o tenha desnorteado e quem agiu depois disso foi uma mosca bastante conhecida...
Voltando ao início do jogo, as primeiras usinas foram bastante disputadas com leilões chegando quase ao dobro do valor mínimo. Antônio sempre comprava pelo valor mínimo, pois sempre passava os leilões e, sendo o último, conseguia tal feito com facilidade. Em contrapartida, precisava sempre ficar com menos casas (e ganhar menos dinheiro por conta disso). A estratégia fez com que ele conseguisse sempre economizar nos mercados. Isso mesmo, a Coréia tem dois mercados, o do Norte (menor e mais barato) e o do Sul (maior e mais caro). Quando chega a vez do jogador comprar matéria-prima, ele tem que escolher apenas um mercado. E pra completar a situação crítica, urânio só existe no sul! Leandro, que afirmava toda vez que só tinha jogado uma vez e não tinha chances (outra mosca???), conseguia pagar barato na colocação de casas. Baiano, narrando o jogo de todo mundo, usou a tática da diversidade (hmm) de usinas. Ele construiu em uma região não muito barata, para que no step 2 e no 3 tivesse mais opções. Eu apostei no urânio, que cada vez ficava mais barato (chegou a custar 2!), mas paguei caro por algumas usinas. Fel se lamentava pelos erros cometidos (comprou uma usina de lixo, jogando fora uma importante usina eólica) e apontava como prováveis vencedores Antônio Marcelo e eu. Depois de um step 2 de 1 rodada e um step 3 aparecendo após a compra de usina pelo Fel, Leandro e eu já podíamos abastecer 15 casas e o Antônio 17. O problema era que estávamos com 10 casas em média e faltava dinheiro para construirmos mais. Fel, que sempre conseguia queimar (hmm) mais matéria-prima que todos, já tinha 13 casas. Comprou então uma usina (não tendo concorrência) e mais 2 casas. Leandro foi o único que conseguiu construir e iluminar as 15 também, mas acabou perdendo por dinheiro para o Mosca Morta. Agora terá que chamar sua horda de zumbis (do Last Night on Earth) pra tentar outra investida!

Resultado Final:

1°)Fel - 15 casas iluminadas(13 de dinheiro)
2°)Leandro - 15 casas iluminadas(0 de dinheiro)
3°)Warny - 12 casas iluminadas (24 de dinheiro)
4°)Antônio - 12 casas iluminadas (6 de dinheiro)
5°)Baiano - 11 casas iluminadas

NEM AGROTÓXICOS SEGURAM A MOSCA!

Começamos mais uma partida de Agricola. Leandro, afirmando categoricamente que só tinha jogado uma vez aquele jogo (novamente?), começou a criar animais desde cedo. Antônio e Baiano se revezavam no "Starting Player". O primeiro decidiu aumentar a família desde cedo e o segundo investiu em arar vários campos e ter um boa plantação de grãos. Eu fiz o terceiro membro da família mais cedo e consegui acumular 18 de madeira, o que me possibilitou fazer mais dois cômodos e 4 estábulos em uma só ação. O que foi suficiente para o Fel dizer: "Você já ganhou!". Em cada jogo com o Mosca Morta, faço uma aposta com ele. É simples, se ele ganhar a partida, depois de afirmar que vai ficar em último, perde a aposta. Se ele perder mesmo a partida, ganha a aposta. Está 6 a 1 pra mim.
Fel resolveu investir em plantações, por mais que fale que gosta de animais (temos que respeitar as fantasias de cada um). Conseguiu fazer um bom combo de cartas, fez o Clay Oven, renovou para casa de pedra, fez cinco membros da família, nunca teve problema com comida, fez pontuação máxima em varios itens e mesmo assim disse que não estava bem no jogo. Ganhou com 53 pontos.
Eu ganhei 2 cartas de mendigo no começo do jogo, mas foi calculado, pois tinha a carta de Ocupação que tirava os mendigos. Mas apesar de ter uma Minor que permitia assar pão na fase de colheita, tive problemas em pagar comida durante o jogo, o que impediu que eu renovasse para casa de pedra.
No final, mais uma vitória do Mosca Morta, que, no Agricola, nem lançando agrotóxicos faz com que perca a partida. E tem gente que nem quer enfrentá-lo para não perder a invencibilidade!

Resultado Final:

1°)Fel - 53
2°)Warny - 37
3°)Leandro- 33
4°)Antônio- 32
5°)Baiano - 13

Warny Marçano

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Calabouço Surreal: Shamou Filosofando enquanto a minhoca come solta...

Mais um Calabouço das Peças no RJ. Esta é a turma de apreciadores de jogos de tabuleiro que não entendem porque ir a praia no domingo de manhã pode ser mais importante do que ler a biografia do Martin Wallace.

Para aquecer as turbinas a galera aceita a sugestão do Cacá (quem é louco de não aceitar?) e monta a primeira mesa da noite: Pickomino (Hummm???)

O Cacá começa a explicação:

- Nós somos galinhas e queremos minhoca!!!

Como esta explicação não pega bem para um cidadão latino-palestino o Cacá tratou de refazer sua explicação do jogo:

- Bem, quero dizer... Nós somos galos-bomba e estamos interessados nos anelídeos.

Para que os leitores não pensem que bebemos a cachaça do Shamou, informamos que no Pickomino os jogadores precisam, através do resultado da rolagem de 8 dados, resgatar os dominós-minhocas do tabuleiro ou roubar as minhocas dos outros jogadores (Quê, quê é isso Manooo!!!) . No final quem tem mais minhocas vence o jogo.

Com essa história de roubar minhoca foi um tal de “vou pegar a minhoca de fulano”, “deixa que essa minhoca é minha” e outras frases de efeito com a minhoca embutida. Já estava ficando esquisito. O único que se preparou para esta maluquice foi o Merino, que já conhecia as malícias da minhocagem e compareceu na jogatina com um cinto de castidade devidamente instalado. A vitória suada foi do André Boné que assumiu ser expert em minhoca alheia numa entrevista exclusiva após a sacanagem... quero dizer... após o jogo.

Esse Pickomino é muito doido, mas também é engraçado e rende algumas risadas. Vale como distração antes dos jogos mais sérios.

Deixamos a galinhagem de lado e partimos para o Citadels. Ou melhor, Cidadelas, já que está em estudo uma medida provisória que proíbe a utilização de termos em inglês em qualquer partida de jogo de tabuleiro em território nacional.

Começa a partida com os seguintes jogadores: Major Bouzada, Zé Colméia, Cacá, Fel Sugestivo, Merino Pancador, Amiúne (estranho não?) e Cadu. Para começar o Cacá é o assassino (isso a gente já esperava) e ele resolve matar o Mercador que era o Cadu (por essa o Cadu não esperava)... Diz a lenda das jogadas obrigatórias que no Citadels é o Mercador o cubra safado marcado para morrer no primeiro turno. Cadu não sabia desta “regra” pois em sua infância, na hora de dormir, a mamãe só lia o manual do banco imobiliário... vida ruim...

Na segunda rodada Cadu ficou bem longe do Mercador e se transformou no assassino. Se ele soubesse que o Cacá era o ladrão não o teria assassinado. Afinal fazer este tipo de coisa com palestino é pior que mastigar chumbinho. Amiúne (exótico não acham?) só queria saber de pegar o Rei e toda hora estava sendo roubado, assassinado, enfeitiçado etc.
Para se proteger da Guerra Santa prometida pelo Cacá, a turma tava construindo prédio que não podia ser destruído e usando o bispo a rodo. Merino, tentando dissimular, disse que tinha muito texto na carta dele (mágico) e que estava difícil saber que jonça o Mister M fazia. Bouzada não sabia se marcava o Zé Colméia ou o Cadu. Enquanto isso o Shamou, pensando nos suculentos sabores da caninha da roça, solta a seguinte pérola:

- Este jogo ainda está no fim?

Muitos jogadores experientes que estavam no local tentaram entender qual seria o significado desta pergunta. Depois de muito confabular e queimar neurônios chegou-se a conclusão que se o jogo ainda está no fim pode ser que já esteja no começo o que não leva a lugar nenhum...

Desistimos de entender a filosofia Shamouniana e partimos para a fazenda Agrícola com o objetivo de espairecer um pouco. Mais uma vez plantamos, colhemos, desenvolvemos, e perdemos para o Fel Sugestivo Palhacento Dissimulado Mosca Falecida (tá cada vez maior o nome desse menino...). A partida foi bastante disputada com o Franklin ficando apenas dois pontos atrás do Fel e ao final com todos ainda achando o jogo muito bom.

Entre uma partida e outra surgiu no Calabouço o gato Quântico do Antônio Marcelo. O bichano se mostrou treinado nas forças-especiais e entrou pela janela. Duvido o Shamou fazer isso!

Em outras mesas tínhamos Tikal, In the Year of the Dragon e Carcassone. Ainda rolou uma partida de Kingsburg, vencida pelo Zé Colméia, onde os Orcs fizeram um estrago danado detonando as construções do Cacá, do Fel e do Cadu. Vida muito ruim...

Ingressos já esgotados para o Arkham Horror do Calabouço da próxima semana. Agora só com os cambistas. Até lá a gente vai colocando lajotas, alocando trabalhadores, jogando lixos-americanos e rasgando os dicionários de inglês... Viva Zapata!!! Viva la Revolución!!!

[]s,

Cadu.

E O MOSCA MORTA ATACA NOVAMENTE...

Cheguei por volta de 19h40 na Caverna das Peças, onde todos os participantes já estavam no local. Antônio Marcelo e Baiano aprendiam
Caylus com André Felipe. Mal podiam esperar pelos planos maléficos do cínico "Mosca Morta Dissimulada", identidade quase não-secreta de André, que já espalhava que não conseguia explicar direito, pois só jogara umas 2 partidas. Conseqüentemente, seria um mero espectador na partida! Mas não foi bem isso o que aconteceu...

CAYLUS - O JOGO

No Caylus, você tenta desenvolver uma cidade próxima à construção do castelo do Rei. Seus trabalhadores coletam recursos que podem ajudar tanto no castelo quanto em outras construções que dão pontos de vitória. Há uma diversidade incrível de opções estratégicas e cada partida se torna diferente, uma vez que cada jogador é responsável pelo desenvolvimento e colocação dos benefícios no tabuleiro. Decisões difíceis acontecem o tempo inteiro, pois muitos benefícios só são conseguidos através de construções dos adversários, que ganham pontos de vitória caso alguém os utilize. Além disso, equilibrar grana e pontos de vitória também não é tarefa fácil. E ainda tem dois cubras (provost e bailiff) que podem ser realocados, interferindo a ativação de construções e acelerando ou não o andamento da partida. Sem dúvida, um dos jogos mais estratégicos que existem, que conquista sobretudo o público mais gamer.

CAYLUS - A PARTIDA

Eu comecei optando pelo caminho do dinheiro no favor real. Investi mais no castelo, ganhando muitos pontos de vitória por casa e favores reais.
Antônio Marcelo resolveu construir tiles que foram procurados por todo o jogo, o que gerou muitos pontos para ele. Baiano ficava juntando
grana e sempre passando a vez antes dos outros, fazendo com que ficasse mais caro a colocação de trabalhadores pelos jogadores. Ele ainda decidiu encarnar o Victor Zavandor, correndo atrás de pontos de vitória desde o começo do jogo. Quanto ao Fel, decidiu juntar muito dinheiro e pouco ponto de vitória, o que foi suficiente para sua identidade quase não-secreta aparecer: Não tenho mais chances de vitória, estou em último! E isso no começo do jogo! Aos poucos, foi construindo residências, aumentando sua cota de dinheiro por turno e comprando ouro
e outros recursos para então surpreender mais uma vez, com sua arma ultra-mortífera! Comprou o castelo que dá 25 pontos de vitória e ficou a apenas 1 ponto de diferença para mim, que era o "que liderava para uma vitória certa", segundo o próprio. Fiz uma construção que trocava tecidos por pontos de vitória. O Mosca-Morta, muito sorridente e já com seu tradicional "agora acho que tenho chances", coloca seu trabalhador nessa construção, lamentando: "Estou dando ponto para o Warny!", expressão que se repetiria várias vezes. No final, qual não foi sua surpresa ao notar que a troca permitida pela construção não era dois recursos quaisquer por pontos. O erro fez com que perdesse os pontos necessários para a vitória, segundo ele. E ainda falou que eu fui o responsável por ter explicado errado o benefício! E depois sou eu que reclamo!!!
No final, fiz 75 pontos contra 70 do Fel. Antônio Marcelo com pouco mais de 50, ficou em terceiro, com o Baiano em quarto. O que importa é que todos gostaram da partida, que imortalizou o Caylus como jogo-mascote do Triunvirato das Peças. Afinal o jogo tem Castelo, Calabouço e Torre!

AGRICOLA - O GOLPE FINAL!

Fomos para uma partida de Agricola. Foi a primeira vez que joguei com 4 jogadores. A partida foi travada no final, até pela escassez de madeira e disposição das ações ao longo dos turnos. Eu baixei a carta "Axe" logo no início (que me possibilitava construir quarto de madeira por 2 de madeira e 2 de junco) e comecei a juntar esse material. Tentei me estabilizar na comida, baixando um Minor que, toda vez que eu pegava um grão, me dava um adicional, além de comprar o forno mais valioso que assava até 2 grãos por 4 de comida. Mas não consegui plantar e assar, pois o Baiano estava com essa estratégia, fazendo vários fields e grãos todo turno. Antônio Marcelo era o rei da Minor Improvement e Ocupation. E dessa vez se preocupou em fazer o terceiro membro da família mais cedo que todos. Fel Mosca Morta continuou suas lamentações, ainda mais quando eu fiz 2 quartos de madeira e 4 estábulos na mesma ação. "Ele vai ganhar!". Não se falou nada quando ele construiu vários pastos, pegou 5 ovelhas de uma vez só, criou gado muito cedo, plantou grãos e vegetais, além de ser o único em boa parte do jogo que tinha cinco ações por turno. Sem falar que pelo fato de que o "Starting Player" ficou quase todo o jogo comigo ou com o Antônio Marcelo, ele quase nunca era o último a jogar. Eu estava com uma boa vantagem, mas tive que gastar grão pra alimentar a família, já que não conseguia plantar. Enquanto isso, Fel se desenvolvia a passos largos, dando o golpe final que havia faltado no Caylus. Resultado: Fel com 55 pontos (recorde!), Warny com 38, Antônio Marcelo com 29 e Baiano com 22. E a Mosca Morta atacou novamente...

Personagens:

André "Mosca Morta Dissimulada" Felipe - Também conhecido como Fel, o Mosca Morta costuma se lamentar o jogo todo, apostar que vai chegar em último, e na última rodada dizer "acho que tenho alguma chance" pra fazer o recorde absoluto de pontos dos jogos. Outra arma do ser tirânico é atacar os outros com palavras inglesas incompreensíveis.

Warny Marçano - Por mais que uma jogada seja favorável, esse que vos fala tem que reclamar sempre. A não ser quando chega o final da partida, na hora em que os pontos são contados e devidamente anotados!

Antônio Marcelo - Dono da Caverna das Peças e dos sete (ou seriam oito? ou nove?) gatos que habitam o local lúdico. Mas ultimamente o Mosca Morta tem dominado o lugar, agricolamente falando.

Baiano - O contador de histórias das jogatinas! Sua próxima meta é fazer o deck T do Agrícola com cartas em homenagem a Tolkien e ao Senhor dos Anéis.

Victor Zavandor - O mestre de vários jogos, o Maratonista das Galáxias ainda estava em overdose de Agricola. Mas sua obsessão por pontos de vitória logo no começo foi bem representada pelo Baiano no Caylus.


Warny Marçano

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Session Report: 26/10/2008

Antes de iniciar o session report, quero deixar claro a indignação geral do público com mais uma furada do Warny. Alegando que haveria um rodízio de vegetais cozidos e com formatos fálicos em um restaurante novo que inaugurou cujo público-alvo prefiro não comentar. Isso fez com que a jogatina acabasse ficando com 3 jogadores mesmo: Eu, Bouzada e Wykthor. Depois de muito confabular entre Doom/Scepter of Zavandor/Wealth of Nations como jogo de abertura, acabamos optando pelo Wealth of Nations.


O Wealth of Nations é um jogo totalmente econômico que , segundo o Bouzada, é educativo e excelente para alunos de economia. Eu considero ele um Gamer's Game, com muitas decisões e muito controle de recursos, basicamente você pode não ter mais chances de ganhar, caso não consiga abastecer suas indústrias. Basicamente, você tem acesso à vários tipos de recurso: Comida, energia, capital, dinheiro, Minérios e força de trabalho. Todos eles ficam dispostos em mercados com valores flutuantes, no estilo do Power Grid, abaixo a foto do bgg com o setup pronto:


Nós construímos tiles de indústria que levam a produção desses bens. Como é bem difícil produzir todos os bens, o jogo meio que rola num esquema muito interessante de oferta e demanda. E do mesmo jeito que no power grid, os bens vão ficando mais caros ou mais baratos. Para agilizar o jogo, eles colocam o "preço sugerido" de negociação que seria uma média entre o preço de compra e o de venda. No "setup", para 3 jogadores, cada jogador começa com dois pacotes de indústria e dois de commodities. São três fases basicamente: Trade (compra/venda/negociação de commodities), Develop (construção de indústrias/expansão do seu território) e Produção. A produção é um fator complicado, inclusive levando à carência de recursos. Você tem que pagar um de comida para cada tile de indústria (não-alimentícia) e uma energia para cada tipo de indústria que você tem, caso contrário não rola produção e você toma uma prejuízo muito grande.

A partida foi muito boa. Basicamente rolou um monopólio meu da força de trabalho, o Bouzada era o latifundário, produzia comida à rodo e o Wykthor , jogando muito bem, conseguiu monopolizar o Ore e a Energia, inclusive negando o mesmo para mim e o Bouzada. Isso foi muito cruel, pois acabou que ele conseguiu fazer os bancos primeiro, garantindo 90 e posteriormente 180 de grana, direto. Com o monopólio de alguns recursos, eu optei pela variedade para fazer frente ao Wykthor. Fiz indústria de energia e de minérios, os dois monopólios que ele tinha. Como o Bouzada tava fazendo o Capital à preços camaradas, abastecendo o mercado, fiquei tranquilo. Mais para o final, eu ainda tinha 4 notas promissórias (algo como a carta de mendigo do Agricola, -3 pontos no final do jogo) e o Bouzada também. O Wykthor era o banqueiro, fazendo montanhas de grana toda rodada e sem promissórias. Vendo a lavada que ia ser, optei, para surpresa de ambos, pelo final do jogo, observando uma possível vantagem que eu tinha (cada tile de indústria dava 4 pontos, eu tinha dois commodities que estavam com o preço muito alto, energia e ore). O Bouzada tinha um pouco menos de tiles que eu e um pouco menos de recursos e o Wykthor, apesar de muito mais grana, fez uma indústria bem menor, com 6 tiles a menos. Resultado, depois da contagem, acabei vencendo, com uma pequena margem para o Wykthor. 85 a 77 e o Bouzada, logo atrás com 74 pontos.

*Wealth of Nations é um jogo demorado, FEIO de doer, com péssimos componentes mas a mecânica é maravilhosa. O Bouzada acredita que a rejogabilidade não é muito grande, mas não tenho certeza. Ele definitivamente funciona melhor para 3 ou 6 jogadores por que existem 6 packs de industry tiles no setup e cada um ficar com a mesma quantidade equilibra bastante a partida. Não é um jogo leve e é preciso atenção o tempo todo, principalmente para abastecer suas indústrias e manter sua produção. Nós jogamos com uma pequena variação nas notas promissórias que realmente enfraquece bastante o jogo na sua forma original. Se você gosta de jogos econômicos, não liga muito para os componentes e tem tempo sobrando, o jogo é uma ótima pedida. E como a Tablestar Games faliu, pode ter certeza que ele, muito em breve, vai virar um "Holy Grail", então, pegue-o o quanto antes!

Terminada a partida, optamos por algo mais light, mais precisamente, um medium-light, o Metropolys, patrocínio do Kildare que emprestou o jogo para eu aprender e ensiná-lo, posteriormente na Torre das Peças. O jogo é da Ystari games e do mesmo autor do Yspahan. Segundo ele, nos créditos, rolou uma inspiração no Goa mas o Bouzada, que tem o jogo, disse não ter muito a ver. A primeira coisa que nota-se, é a beleza dos componentes e principalmente do belíssimo tabuleiro:


De qualquer forma é basicamente um jogo de controle de área com leilão. Cada jogador possui 13 prédios, numerados de 1 a 13 e com valor triplo, servem como bid, para determinar maioridade nos distritos do jogo e critérios de desempate de acordo com a altura dos mesmos. Como tínhamos dois heavy gamers na mesa (Bouzada e Wykthor), decidimos jogar a versão expert. As regras são extremamente simples. Você coloca um prédio à sua escolha em qualquer lugar disponível no tabuleiro. O próximo jogador pode colocar um prédio de valor maior em um espaço adjacente e ortogonal ou passar. Caso ele opte pelo outbid, o próximo jogador usa as mesmas regras mas para o prédio que ele está superando, não pelo original! Isso acaba levando a várias jogadas muito interessantes que podem ser feitas e , logicamente, a antecipação dos movimentos do seu oponente. Existem alguns bônus mas com certeza o grande diferencial são as duas cartas de "objetivo" que você recebe no começo do jogo. São 5 tipos de vizinhança e 5 cartas representando as mesmas. Cada jogador começa com uma carta, recebida aleatoriamente no começo do jogo. Se você conseguir alocar seus prédios na vizinhança respectiva, você garante dois pontos extras no final do jogo. E a outra carta, de objetivo, te dá de 4 a 7 pontos (dependendo do nível de complexidade da execução) no final do jogo. O mesmo termina quando alguém alocar os 13 prédios.


O Wykthor começou rushando pelos vps, como de praxe nos jogos. Eu e Bouzada fomos mais comedidos, pensando naquela história de "ficar sem gás" ao longo do jogo. No entanto, o objetivo secreto do Wykthor era alocar prédios espalhados pelos diferentes distritos o que acabou garantindo 16 pontos a ele no final do jogo. Eu consegui construir em vários parques, garanti o controle de algumas regiões mas quando acionei o final do jogo, construindo meu último prédio, o fiz sacrificando 3 pontos, acreditando numa possível vantagem que eu tinha. Ledo engano, Wykthor tinha feito 35 e eu com 32 fiquei a ver navios. O Bouzada tinha pego uma carta de objetivo bem difícil e acabou ficando em último, com 22 pontos. Foi uma partida muito boa e eu fiquei refletindo bastante tempo, depois, em função do erro cometido no final do jogo.

* Regras extremamente simples (o manual tem 4 páginas), jogo de basicamente uma hora, belíssimos componentes, preço acessível, ótima compra do Kildare e que adicionei à minha Wishlist. A mecânica é uma só, colocar prédios e ainda tem uma versão "Family Game" ainda mais acessível para os não-gamers. Se você gosta de controle de área e jogos de leilão simples, é uma ótima pedida.

Para terminar a noite, todo mundo tinha que ganhar um jogo e eu e Wykthor concordamos, antes de começar o Nefertiti que deixaríamos o Bouzada vencer. Afinal, um pro gamer com 2 últimos lugares era algo muito incomum , ainda mais com um casual gamer como eu, sentado à mesa. Nefertiti , do mesmo jeito que o Metropolys, é um medium-light game com inovadoras mecânicas de leilão e set collection. Há um quê de "worker placement" também. Em linhas gerais, nós podemos contratar uns aliados com poderes especiais e depois alocar cubras em um dos mercados do jogo até que um mercado se feche. É nessa parte que entra o set collection. Aquele que deu o maior lance, pode comprar um ou dois presentes para Nefertiti e o dinheiro vai para o mercado. Os jogadores subsequentes tem opção de pegar metade do dinheiro disponível ou comprar um presente pelo valor total na reserva. Isso acontece até todos os cubras serem removidos. No final do jogo, conta-se pontos por "originalidade" dos presentes ou seja, quanto mais jogadores tiverem o presente, menor serão os pontos no final do jogo. E isso tornou o jogo muito interessante. Apesar de ser bem leve, com duração de pouco mais de uma hora, há uma quantidade bastante considerável de tomada de decisões e sujeito a um pouco de bouzagem também.

O Wykthor, como de praxe, fez uma jogada de + de 50 pontos no começo do jogo, o que acabou tirando um pouco o fôlego dele. Eu que (realmente) joguei mal, não soube dosar bem a boa vantagem de grana que obtive no começo do jogo e super valorizei os "contratáveis" em detrimentos dos presentes. Resultado, acabei bem atrás no placar enquanto Wykthor e Bouzada fizeram uma partida bem equilibrada. No final das contas, vitória do Bouzada, como combinado previamente: 115 a 108. Eu, lá atrás com 82 pontos.

*O Nefertiti é um lindo jogo, com o tabuleiro e os componentes muito bem produzidos. O dinheiro é limitado ao que os jogadores começam +4 moedas, então sempre haverá exatamente 33 moedas no jogo. Isso é um fator bem interessante em termos estratégicos. Saber a hora de pontuar, atacar os inimigos e posicionar os meeples são decisões bem difíceis e interessantes. Como o final do jogo é disparado quando um pequeno deck de presentes é esgotado, o jogo não tende a se alongar por muito mais de uma hora. É aquele esquema dos mid-light games, não demorar muito, ter várias decisões e ao mesmo tempo ser divertido. O Nefertiti cumpre todos esses quesitos e não me arrependo de ter "apostado" comprando ele.


Apesar da resistência à partidas com 3 jogadores, foi uma ótima tarde com 3 jogos muito bem jogados e muito bons. E eu, como de praxe, fiz a escadinha. 1º, 2º e 3º lugar respectivamente :).

Glossário:

Bouzagem: Analysis Paralysis. O Bouzada, cunhou o termo, depois de refletir 10/15 minutos antes de cada jogada sua, fazendo uma varredura de todas as suas opções nos próximos três turnos.

Cubra: Genérico para qualquer coisa com semelhança à um homem no tabuleiro. Pode ser tripulante do Galaxy Trucker, workers em geral, peão, família do Agricola, exército....

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Roleta Russa no Citadels

Ontem foi um dia atípico. Obina orquestrou o time do Flamengo para uma acachapante vitória de 5x0, O Calabouço ficou vazio e o Carlão perdeu no Kingsburg...


Era aniversário do Arthur, então quando eu cheguei lá, estava um som ligado, luzes apagadas e nada de jogo. Fiquei conversando com o seu Salvador, grande conhecedor das coisas do mundo até aparecer o Carlão. Pouco depois eles sairam para comemorar o niver e ficamos eu e Carlão. Íamos começar um Gheos quando o deputado Camilo Sujeira, na eminência do 2o turno, foi lá fazer boca de urna.

Decidimos jogar Kingsburg para aprender algo novo com Carlão-Kingsburg, a lenda viva do jogo. Sua maneira de jogar é bem peculiar, não importa o que ele precise para construir prédios, ele vai olhar para os seus dados e cortar uma das suas opções! Muito agressivo, de fato. Eu, com três jogadores, acabei optando por fazer um jogo mais conservador, afinal estava com duas lendas à mesa. O Carlão e o Camilo apostaram na Farm e contaram com o dado branco até o 4º ano. No 5º uma situação curiosa, o Camilo estava atrás nos pontos e precisava construir a Church (7 vps e +1 contra demons) para ter chances de vencer. Era arriscado mas o jogo é de risk management. Ele só perdia se rolasse 1 ou 2 no dado branco. Carlão joga e.... 1! Acabou que os dois perderam 9 pontos na última rodada e eu ganhei 2. Fui a 50 e eles caíram para 30 e uns quebrados.. O Camilo acabou uns bons 6 pontos à frente do Carlão e a lenda caiu. Eu gosto de jogar com a variante das cartas por isso, um jogo disputado acabou sendo decidido no dado branco. Com a variante oficial, já anunciada para a expansão , você começa com 7 cartas, de valores 0,0, 1, 1 , 2, 3 e 4. E essa é a ajuda que você vai ter. Mais determinístico e mais gamer. Para quem gosta da emoção e da alegria de "torcer" pelo dado, o jogo como está , é ótimo.


Acabado o Kingsburg, chegou o Cacá, com camisa do Flamengo e a torcida organizada cujo lema é "Flamengo é Afeganistão", composta basicamente por muçulmanos com tendências terroristas. Fizemos uma learning session de Notre Dame para o Camilo, com a ida do Carlos ao podrão da esquina para refletir sobre o porquê de ter sido derrotado em um dos jogos que ele é considerado especialista (junto com Power Grid e Khronos que inclusive lhe renderam o busto exibido no Calabouço em vossa homenagem pelas vitórias lendárias nos jogos). O Notre Dame, apesar da galera achar meia boca, é um jogo que eu gosto muito. Há bastante planejamento prévio , em função das cartas e conseguir pontuar no "big scoring" como é o caso das cartas que dão 2 pontos por província com 2 cubos e 3 pontos por província com 3 cubos pode fazer muita diferença. O Camilo, adotou uma estratégia publicada por Wykthor Zavandor em seu livro "como fazer pontos de vitória desde o início em um eurogame e ainda assim ganhar", no entanto, no Notre Dame, a praga, os cubos e a grana não perdoam. É vida ruim mesmo. Ele acabou pontuando muito no começo do jogo, subornando todo mundo mas sua influência acabou (os cubinhos esgotaram) , a praga chegou e rolou um desmanche no partido político. Resultado, acabei ganhando, mesmo com o Cacá passeando com a carruagem-bomba pela minha vizinhança e explodindo a rataria pelos ares sempre que se atreviam a chegar perto dele. Placar final 71 pra mim , 62 para o Cacá e 46 para o Camilo.

E finalmente , o jogo que foi o grande barato da noite: Citadels Roleta Russa, versão Calabouço das Peças. Primeira rodada, Carlos com o rei, pega o asssassino. Antes do jogo, rolou uma discussão que matar o mercador no começo do jogo é a melhor jogada, pois é o que mais se beneficia logo de cara e afins. Acreditando que o Carlos seguiria a cartilha, dispensei o Mercador em prol do Bispo (tinha uma carta azul na mão). Qual não foi minha surpresa quando o Carlos, revelou o assassino e de forma quase mediúnica, soltou em alto e bom som: Mato o Bispo! Para gargalhadas estridentes do Deputado Camilo Sujeira. Segunda rodada, Carlos com o assassino de novo, "Carlão, escolhe um para matar". E ele, sem prédio algum, manda: "Warlord!" Preciso dizer quem tinha o Warlord na mão? Pois é.. vida ruim. Depois dessa chacina. Ainda tomei um Thief, um Warlord pq "era de graça", tudo cortesia de "Carlão tacando o terror". E acabou que o fator randômico deu uma dinâmica diferente ao jogo. Quem será que o Carlão vai assassinar, no melhor estilo "Quem matou Odete Roitman?". No meio do jogo, vendo a possibilidade de me recuperar, Camilo manda um "Carlão, escolhe um número de 2 a 8 pra assassinar". E, em cheio, ele soltou um "5". E , obviamente, fui assassinado de novo. E no meio do fogo cruzado, Cacá que já está acostumado a sobrevivência em ambientes de alta periculosidade , fogo cruzado, pilhagens, assassinato de padres, arquitetos e tudo que a roleta russa puder mirar, conseguiu uma vitória tranquila. Arthur que estava no esquema come-quieto ainda acabou em segundo, Camilo em 3o e eu, mesmo com a cidade espoliada, destruída e sem jogar por metade das rodadas, ainda fiz honrosos 25 pontos ficando a frente do meu algoz, o Carlão, com 19.


Semana que vem, tem Calabouço de novo, apareçam ;)

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Agrícola Apresenta: Episódio Grajaú - Quadradas são as suas vacas...

Era uma quarta-feira entediada quando o André Felipe, a Mosca Morta Dissimulada e Palhacenta (o palhacenta é de autoria do Cacá), propôs o seguinte:

- “Vamos jogar Agrícola na casa do Antônio Marcelo?”.

Shamou, Warny e Cadu não pensaram duas vezes e seguiram viagem para o local da peleja. O Fel marcou um encontro com o Cacá no Metrô (eu sabia!!!), para negociar a libertação do Agrícola. O Shamou seguiu direto para a “Antônio Caverna” mas se perdeu, como de costume, e foi parar mais uma vez na Floresta da Tijuca onde ficou jogando sueca com os guardas-florestais.

Cadu e Warny aguardavam o Fel chegar com o Agrícola para então seguir viagem. E o Antônio Marcelo, já ficando impaciente, aguardava esse bando de atrasados chegar dando Whiskas do Paraguai para os seis gatos de estimação que circulam pelo seu apartamento.

Como o Shamou ainda estava perdido em algum lugar do RJ começamos uma partida de Starfares Catan, um Catan diferente com naves espaciais, planetas, alienígenas, wormholes, piratas espaciais etc.

Warny reclamou de tudo: da sorte dele nos dados, da sorte do Fel, de não sair nos reports do Cadu, dos alienígenas toscos, de ter feito trade quando era pra ter feito colony, dos javalis do mato, das vacas quadradas, da madeira que parece barro e do barro que parece madeira (nem tinha começado o Agrícola ainda), da crise financeira, do Bush etc... Foi tanta reclamação que botou a lista BG-BR no chinelo. Cadu colonizou um planeta que só tinha bicho-preguiça e não produziu nada o jogo inteiro. Antônio Marcelo, negociador veterano, comandava as trocas de trigo espacial por carvão atômico e carbono climatizado. Já o Fel Mosca Morta Palhacenta, que aprendeu com o Deputado Camilo Sujeira a subornar todo o tipo de espécies vivas existentes, subornou todos os mercadores e piratas espaciais e venceu o jogo com dois jump-drives fazendo colônias bem perto da raça alieníegena mais cobiçada do universo.

Finalmente o Shamou chegou, com lindas histórias florestais para contar, fantasiado de cabra-montesa-gigante para jogar o Agrícola. Preparamos tudo e fizemos um pacto para que nada acontecesse ao jogo do Cacá, para não despertar o lado muçulmano dele.

O Fel já começou construindo 3 comôdos de uma só vez em sua fazenda (sinistro!!!). Mas para os gastos com esta empreitada ficou sem comida suficiente e dois de seus parentes viraram mendigos. De um modo geral todos estavam jogando mais tranqüilos porque não haveriam bovinos-bomba para intimidar os plantadores de pepino-selvagem, já que o Cacá estava sob o controle da Patroa, único ser que ele tem medo no universo.

O Antônio Marcelo e o Shamou estavam meio sem saber o que fazer, o que é normal para quem joga a primeira vez. O Shamou só queria saber de pescaria, e aí a fazenda não foi pra frente. E depois que o Shamou mergulhou no lago, o que me lembrou uma cena do filme “Impacto Profundo”, não sobrou um peixe vivo sequer por lá. O garoto propaganda do Camilo terminou com 10 pontos, menino bom...

O Antônio Marcelo não sabe criar outro bicho que não seja gato, daí a dificuldade em lidar com ovelhas, javalis e vacas. Não querendo fazer feio ele conseguiu terminar na frente do Shamou (hummm?) com 16 pontos.

O Warny tentava de tudo um pouco: ovelhas desnutridas, vacas magras e javalis sem fé nenhuma na ração. O sujeito, que se diz vegetariano, não plantou uma beterraba sequer e ficou em terceiro com 32 pontos...

Cadu sofria muito com as jogadas do Shamou, expert em jogadas Shamou (parece redundância, mas não é). Sua cozinha tinha a modernidade de um fogão a lenha e os animais fizeram greve de sexo e não se reproduziam. As plantações foram bem graças a um improvement do arado que permitia colocar 3 fields de uma vez só. Só que o raio do improvement era caro para cac#$#$ e custou muitos recursos preciosos. Cadu ficou em segundo com 35 pontos.

A Mosca Morta Palhacenta do Fel tinha uma carta Pokemón que chamava um grupo de extermínio de mendigos que eliminou os pedintes salvando os pontos que seriam perdidos. Até o momento ele estava chorando lágrimas de iguana-marinho dizendo que não venceria por causa da mendicância. Ele venceu fácil com uma margem de pontos bastante alta, 51 se não me engano. Shamou aproveitou para encher a cara... foi fazer ele lembrar de cachaça...

Hora de voltar para casa... ou melhor... hora de se arrastar para casa com o objetivo de aproveitar as poucas horas que restaram para dormir. O pior é ficar sonhando com ovelhas, javalis e vacas quadradas...

[]s,

Cadu.

sábado, 18 de outubro de 2008

Premier em Ipanema

Depois de uma semana conturbada, com problemas estomacais, renais, transpiração excessiva e suspeitas de ataque cardíaco, Wykthor Zavandor conseguiu, finalmente, pegar os jogos que ele encomendou. E como já estava combinado desde Agosto, com cronograma e tudo , uma jogatina para estrear o Agricola do mesmo, fomos convidados (e muito bem-recebidos) para jogar na casa do Luciano.
O Wykthor começou sua explicação contando como era a vida dos fazendeios no século 18 e as peculiaridades das ovelhas na época que eram símbolo sexual e iniciam os pobres filhos de agricultor na vida adulta. Um pouco depois, o Bouzada chegou e assumiu os outros 45 minutos de explicação. Eu cheguei depois de uma cruzada santa contra o trânsito no centro da cidade na 6a à noite.
Jogamos com um misto de deck Z e I. Eu, ate então, só tinha jogado com o E. Logo no começo da partida, suspeitamos de uma "diferença" no tabuleiro para 5 jogadores, pois havia um espaço a menos para occupation e improvement. No final do jogo, percebemos que , na verdade, jogamos o tabuleiro family game, com cartas. E como o Bouzada e o Wykthor, co-autores do livro "Como criar uma fazenda no século XVIII e vencer no Agricola para 5 jogadores com qualquer deck" não tinham previsto isso, acabaram ficando um pouco para trás no final da partida.
O Starting player (vulgo piru de japonês pois, segundo o Warny, é amarelo e pequeno) foi sorteado e ficou com o Bouzada que pegou 4 woods (página 4 do livro, "Qual o opening move ideal?"). O Warny, logo no começo do jogo, baixou uma occupation que custava só um wood e dava a ele uma espécie de "mala da família". O mala pode fazer uma ação depois que o último jogador tiver jogado sua última ação. Muito roubado. O Bouzada, como em todo eurogame, começou devagar quase parando pra dar o pulo do gato no final do jogo. O Wykthor estava muito bem, com cabana de clay , 5 cubras e muitos grãos/vegetais. O Warny, contrariando sua fama de vegetariano, membro do Green Peace e natureba maior, apelou para as vacas, porcos e javalis. Eu , entrei no esquema "Vida de gado" e fiz uma cacetada de javali e ovelha, no final, ainda rolaram umas vaquinhas. Felizmente, um pouco antes da galera começar a corrida pelas vacas. O Luciano tava com uma fazenda hi-tech, cheia de minors e occupations com vários malabarismos, casa de pedra e os 5 cubras.
Eu optei por uma família mais moderna, com apenas um filho e pró-controle de natalidade. O Warny adotou o mesmo caminho já que tinha um mala na família e não quis saber do segundo filho. No finalzinho do jogo, eu peguei o starting player pra garantir a vinda do meu cunhado. O jogo acabou e eu, contrariando minhas próprias expectativas e para surpresa geral, ganhei, com uma pequena margem de diferença. 43 a 37 para Wykthor e Bouzada. Logo atrás o Warny com 36 e o Luciano com 34. Foi um jogo muito bom, bem disputado e com os novatos no jogo fazendo bonito (é normal a pontuação do primeiro jogo ficar na casa dos 15, 20...)
Depois, jogamos o divertido Hollywood Blockbuster. Com direito a "picudos da direção" (muito cobiçados pelo Bouzada) , Brad Pitfall, Demi Less e Muscle Crowe. Um jogo de leilão, do Knizia (mais um) mas com um sistema muito interessante de set collection , bem temático até. Você tem que fazer filmes, rola premiação para melhor filme no final do jogo e um aclamado prêmio framboesa para o Wykthor no final do jogo, mesmo Junk Fiction tendo ficado por muito tempo como o pior filme lançado. No meio do jogo, Bouzada lançou o dedo podre (André ganhou de longe, o jogo tá definido). Enquanto isso, Wykthor Pro-Player de Rá, ficou na dele, só pegando coisas lixosas para o seu projeto megalomaníaco framboesa.
No final das contas, o meu drama Good Thrill Hunting ganhou o melhor filme de drama graças a uma explosão atômica de última geração, A comédia pastelão "Dumb and Stupidier" do Warny ficou durante muito tempo como melhor comédia mas o Bouzada, no final, como de praxe, roubou a cena. O Wykthor graças ao Kingmaking do Warny ganhou o melhor prêmio framboesa e superou Junk Fiction como melhor filme de aventura. Resultado, Wykthor 76 eu e Warny (olhando critério de desempate achando que tinhamos empatado em primeiro) 68 , Bouzada 65 e Luciano 42.
Uma boa jogatina que contou ainda com o patrocínio dos cigarrinhos de palha "Agricola" do século XVIII fumados metaforicamente pelo Wykthor após o orgasmo lúdico de ter jogado o seu próprio Agricola pela primeira vez expressando sempre a sua satisfação quase erótica em ter jogado. E o Warny, teve que dar o braço a torcer que o Agricola é muito bom e já está em 4º lugar (com potencial para 1º). Para mim, depois desse "bicampeonato", sagrou-se definitivamente como 1º lugar, já que eu, a exemplo do Cadu e Cacá, sou da filosofia "Mr. Only fun when I am winning".

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Heresia é não jogar Agrícola

Em nosso mundo lúdico eu sei muito bem o que fazem com os hereges. Geralmente eles são torturados pelos componentes mais radicais da patota afegã liderada pelo Cacá. Depois da sessão de tortura o Arthur os faz beber todo tipo de líquido colorido que ele diz ser os refrescos e refrigerantes do Calabouço. Se o sujeito ainda estiver vivo ele será obrigado a participar de uma mesa com o Americano (que estará completamente bêbado), com o pífio e ardiloso Vitor contando a mesma piada do dragão o tempo todo e com o impiedoso estrategista Carlos Merino (lenda viva do Power Grid e do Kronos).

Será que vou ser considerado um herege ao afirmar que o Agrícola é o melhor jogo de todos os tempos e que o Puerto Rico não está com esta bola toda? Bom, fato é que o Agrícola é um jogo excepcional, com uma rejogabilidade fora do comum e com um desafio diferente a cada partida que o torna um jogo único e especial para ser jogado sempre.

Como todo gamer precavido tratei de ligar para o André Felipe e reservar o meu ingresso para a mesa de Agrícola. Eu não queria deixar para comprar com os cambistas da Al-Qaeda que o Cacá contratou para “servir” os incautos jogadores de última hora.
Fazia um certo tempo que eu não aparecia no Calabouço e quando cheguei, para meu alívio, percebi que ele continua o mesmo. Estavam lá a pilha de jogos com algumas novidades, as três tradicionais mesas para as pelejas, na parede a foto do Shamou vestido de baiana e o busto do Carlos Merino em homenagem às já mencionadas, e sensacionais, vitórias no Power Grid e Kronos.

Mas como o que interessa é jogar, começamos a preparar a partida de Agrícola logo depois que o Cacá conferiu a autenticidade dos ingressos (havia um rumor que o Shamou estava falsificando os bilhetes a mando do Deputado Camilo Sujeira de quem é cabo eleitoral desde a meninice).
A mesa estava composta dos seguintes plantadores de beringela: Cacá, Cadu, André Amiúne (esquisito, é assim mesmo?), Roger Moore e André Felipe.
Depois que o André explicou o jogo para o Roger Moore começamos a tão esperada partida. Logo no início o Cacá já foi fazendo das suas, tentando intimidar a todos comprando um bovino-bomba de estimação para colocar dentro de sua casa na fazenda. André Amiúne (estranho não?) comprou um forno de barro para assar batata-doce e javali do mato. Roger Moore estava meio perdido e foi aceitando as dicas sujas do latifundiário André Felipe. Enquanto isso o Americano gritava do outro lado – “Compra Jagunço, compra jagunço e escopeta”.

Como nas fazendas do interior do Camboja não tem internet nem televisão, os jogadores começaram a crescer suas casas para comportar os novos membros da família.

Para o Cacá cada membro da família era um verdadeiro pesadelo, pois os moleques não se contentavam com as tradicionais cabeças-de-nego e ficavam plantando C4 nos estábulos para se divertir mandando tudo pelos ares. Ao final do jogo seus campos de plantação ficaram vazios e foram utilizados como campos de concentração. Sua contagem de pontos foi 24 (eu sabia!) o que garantiu o último lugar para o nosso amigo palestino. Isso, é claro, resultou numa premiação para todos os funcionários da fazenda que receberam gratuitamente uma passagem só de ida para os Emirados Árabes Unidos.

Enquanto isso o André Mosca Morta dizia: “Cadu ganhou, não consegui desenvolver um bom jogo”.

O Roger Moore teve outros problemas. Como a família cresceu a necessidade por comida também aumentou. Para conseguir a mamadeira das crianças faltou só vender as calças. Conseguiu alguns pontos a mais que o Cacá o que já é um grande feito.

Enquanto isso o André Mosca Morta dizia: “Cadu ganhou, não fui bem”.

O André Amiúne (sinistro!!!) esqueceu que o jogo era de fazenda e deixou várias terras improdutivas que tiraram pontos preciosos no final. Ele totalizou 34 pontos depois que os fiscais do Ministério da Agricultura multaram toda a família.

Enquanto isso o André Mosca Morta dizia: “Cadu ganhou, meu jogo foi horrível”.

Cadu conseguiu resolver o problema da comida com um maluco-beleza que transformava junco em alimento (hummm?). Daí bastou um forno vagabundo (tal de Fireplace) para assar umas mandiocas que a prole estaria garantida. As plantações estavam bem diversificadas com vegetais e trigo, trigo e vegetais, vegetais e trigo, trigo e vegetais... Nada de pizza, lazanha, nem carnes (o rebanho contraiu febre aftosa depois de tomar o suco de groselha do Artur). Meu cachorro morreu na caçada a uma raposa numa tentativa desesperada de mudar o cardápio...

O André Felipe chorava como um réptil dizendo que os 42 pontos do Cadu tinham sido suficientes para a vitória. Mas para seu espanto, (só dele), ao contar os pontos ele “percebeu” que tinha 45 graças a um cubra-do-mato que dava uns pontinhos a mais no final. Bicho cínico e dissimulado do brejo...

Durante a partida de Agrícola o Americano jogava Carcassone Castle com o Felipe. Ele resolveu fazer umas house-rules para tornar o jogo mais interessante. Mudou o nome para “Carcassone Battle”, colocou uns soldadinhos de chumbo no lugar dos meeples e trocou o livro de regras pelo clássico “Arte da Guerra” de seu ídolo e mentor Sun Tzu. Não satisfeito trocou a faixa etária da caixa do jogo para “For American Players”.

Bouzada, que jogava Amun-Re com o Carlos Merino, o Zé Colméia (só tem figura neste Calabouço) e um sujeito não identificado ainda, estava ansioso por “socializar” as mesas. A verdade é que ele já não agüentava mais ser “pancado” pelo Carlos Merino que também conhece muito do Egito, de sarcófagos e do Escorpião Rei. O Bouzada não consegue aceitar isto.

Depois disso tudo, já eram umas 02:00 da manhã e eu e o André Felipe fomos jogar um BattleLore enquanto Bouzada, Cacá e Cia jogavam o Brass.

Do BattleLore eu não vou falar muito porque só o setup levou um tempão. Além disso contrataram o Zeca Pimenteira para abelhar o meu jogo.

- Bonito jogo, hein Cadu! Peças bonitas, incorpadas, cartas de magia... humm. Bonito mesmo estes Goblins! Sempre quis jogar uma partida assim!

O Zeca Pimenteira foi pior que a macumba do “dedo podre” que o Vitor usa contra o Bouzada. E para citar um exemplo do que foi a partida tinha uma carta de magia, a tal de “FireBall”, que parecia ser o “bicho” e ia me colocar de volta no jogo depois que um bando de Anões detonaram os meus Goblins (só em jogo mesmo). Depois de errar tudo nos dados errei também o Fireball, minhas unidades ficaram isoladas e a derrota foi inevitável. Vida ruim, mas o jogo é bom.

Cacá, Major Bouzada Ronque Fuça, Amiúne (o que é isso?), Zé Colméia, Zavandor, Mosca Morta, Americano, Cadu Bielsa, Shamou, Deputado Camilo Sujeira e outros. Os personagens do Calabouço são mais estranhos que os X-Men, mas a diversão é garantida.

[]s,

Cadu.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

"A Joga dos Aprendizes" ou "A queda da Lenda" ou "A volta por cima de um segundo colocado"


por Warny Marçano
Prólogo
Resolvi dar um tempo no meu blog de Cinema para escrever um Session report da mais nova jogatina que está se organizando aqui no Rio de Janeiro. Estamos ainda desenvolvendo um nome condizente para o evento. Mas o que se pretende acima de tudo é a divulgação do nosso hobby, ao lado logicamente do Calabouço das Peças e do Castelo das Peças.
Ah e aproveito para informar ao tradicional escritor desse blog que atende pela alcunha de André "Mosca Morta Dissimulada" Felipe que se esse que vos fala "gosta de pegar na ferramenta de 4", ele adora uma comida na chamada Cabana do Amor. A vingança nunca tarda!!!

Sábado
13h17
Chego ao Bob's Off Shopping e encontro Japa e Estevão jogando Uno. É um ótimo jogo para passar o tempo e fica mais engraçado com as novas regras inventadas por eles, dando diferentes atribuições para algumas cartas. Testamos mais uma vez já com a Cecília integrada ao grupo.
13h54
Victor "Zavandor" chega (atrasado!) espumando de vontade de jogar Phoenicia (que dizem as más línguas ser filho bastardo de The Scepter of Zavandor). A presença de tão ilustre lenda dos Jogos foi enriquecedora no sentido de todos nós aprendermos novas estratégias. Afinal, Victor é Vossa Majestade do In The Year of the Dragon, Maratonista das Galáxias do Race For The Galaxy, Senhor Absoluto de The Scepter of Zavandor e a Lenda do Phenicia. Mas dessa vez aconteceu o inesperado. Uma data histórica em nosso evento. A queda da Lenda.
14h28
Com a chegada de novos participantes, já estava montada uma mesa de Phoenicia, outra de Stone Age e uma de Puerto Rico, essa última comigo jogando.
O Puerto Rico, na minha humilde opinião, não merece estar na segunda posição do BGG, perdendo para o famigerado Agrícola, no qual nem joguei ainda, mas que só jogo quando estiver em uma posição a sua altura! Ou seja, abaixo de Puerto Rico! Quanto à partida, jogamos em 3 (com Eduardo e Rodrigo na mesa). Consegui produzir bastante milho e tabaco cedo, o que me deu bastante VP no começo do jogo. Eduardo também fez a estratégia de exportação, e Rodrigo (que estava jogando pela primeira vez) não exportou muito, mas construiu bastante. Até a metade da partida, estava com boa vantagem, mas Eduardo e Rodrigo começaram a me marcar, que fiquei bloqueado tanto no navio (não tinha meu próprio navio) quanto na casa de venda (não tinha o office). Resultado: Eduardo (49), Rodrigo (46), Warny (44).
No Stone Age, André fazia jus ao título de Mosca Morta dissimulada, dizendo que não ia conseguir ganhar. Vinte minutos depois, venceu com sobras. Dessa vez, a Lenda do Stone Age continua imbatível.
No Phoenicia, a situação era diferente. Victor dizia ter testado novas estratégias que não deram certo e que ficaria no máximo em segundo. E foi o que aconteceu. Jogo vencido pelo Thiago, que já tinha feito jogo duro comigo no Caylus. Agora dizem que a Lenda tentará conseguir essa alcunha no Jogo da Pulga. Vamos ver se consegue tal feito.
16h19
Mais três mesas são formadas. André resolve jogar Notre Dame, eu abro uma partida de Stone Age e Victor vai para um Galaxy Trucker. E o slogan de nossa jogatina já vai se formando, para desespero de Marco Aurélio "Monster Game" Bouzada:
"Jogos meia-boca também são jogos bons".
Mas é lógico que tem outros mais polêmicos!
"RPG está fora de moda! A nova onda agora são os jogos de tabuleiro!"
E o já tradicional:
"Jogos bons são jogos rápidos!"
De repente o deputado Camilo Sujeira coloca um deles em seus famigerados discursos.
O Notre Dame terminou com vitória apertada do André (74) sobre o Rodrigo (72). Consegui ganhar o Stone Age, mais pela experiência de pegar algumas cartas e cabanas essenciais. Mas com o tempo, o pessoal pegou o espírito do jogo e passou a considerar as cartas fatores bastante importantes para o jogo. No Galaxy Trucker, Victor venceu lembrando sua fama de Maratonista das Galáxias. E a partida teve direito até a nave com apenas um tile! E que por pouco não desapareceu no espaço!
17h53
Alexandre, aprendiz do Cacá "Sapateiros de Catan", resolve mostrar suas versões caseiras de Condottiere e de Batle Line. Esse último fiquei com vontade de conhecer, tamanha a empolgação que o André ficou depois de ter jogado e vencido mais uma partida no dia.
Enquanto isso, Victor deixa sua posição de Professor dos Jogos para aprender o Keythedral com o Japa (o promoter do evento!). Provavelmente o Bouzada deve considerar o jogo nem meia boca, mas 1/8 de boca. Eu particularmente gosto bastante do jogo. Apesar de ter demonstrado que estava se divertindo na partida, Victor começou a desdenhar dizendo que o Keythedral é "apenas um jogo divertido". Mas que estava feliz pelo seu segundo lugar. Lendas sabem ser condescendentes.

18h47
Enquanto o "Twilight Keythedral" continuava rolando, abrimos uma mesa de Puerto Rico com André Felipe, Eduardo, Pedro e eu. Da mesma forma que na primeira partida, jogamos sem expansão. André e eu compramos a Factory e conseguimos ganhar dinheiro para construções. Eduardo ficou no meio termo enquanto Pedro investiu no café e fez uma boa pontuação de construções. Da metade para o final, o jogo ficou entre eu e André, mas pela falta de quarry, André não fez uma boa pontuação de construções, enquanto eu fiz 2 construções tipo 4. Resultado: Warny (50), André Felipe (41), Pedro (32), Eduardo (28).
21h04
O pessoal já estava indo embora, de modo que ficaram apenas 4 pessoas. Resolvemos então jogar um Glory To Rome, que cada vez mais eu gosto. Apesar do designer um tanto duvidoso, o jogo tem uma boa mecânica de role selection e uma curva de aprendizado muito boa. A desvantagem são algumas cartas que contrariam a condição normal de vitória e de término do jogo, como o Fórum. Mas nada impede de se jogar sem elas. Eduardo estava jogando pela primeira vez e só se encontrou no jogo lá pela metade. Eu tentava construir, mas não conseguia os recursos para terminar as construções. Victor acabou ganhando o jogo, depois de André esbravejar que não conseguia pegar carta azul de forma nenhuma. E depois sou eu que fico reclamando!
22h19
Nessa hora rolou uma certa polêmica. Victor e André queriam jogar Agrícola. Para isso, até estavam dispostos a pegar o jogo no esconderijo terrorista do Cacá. Mas logicamente o único número 1 que existe, Puerto Rico, reinou novamente e acabamos por jogar uma terceira partida, dessa vez com expansão. Victor ficou em último, dizendo que havia entendido errado um prédio tipo 4. Eduardo se encheu de victory points no começo do jogo, mas ficou sem dinheiro para comprar um prédio grande. Com black market, church, library e wharf, consegui vencer mais uma. André pegando Settler 3 vezes, tendo Construction Hut, ficou apenas na segunda posição, ainda esbravejando que não consegue jogar Puerto Rico direito ainda. E depois sou eu que fico reclamando (2)! Resultado: Warny (51), André Felipe (44), Eduardo (39), Victor (34).
Epílogo
Era quase meia-noite e ainda tive que aguentar as gracinhas do Victor dizendo que eu levei o Hacienda à toa! A partir de agora vou fazer propaganda para o Hacienda ser o númeo 1 do BGG!
Mas...quando será a próxima partida de Agrícola???
Ficha Técnica:
Número de Participantes: 15
Duração do evento: 11 horas
Jogos: Puerto Rico (3), Stone Age (2), Uno (2), Notre Dame (1), Phoenicia (1), Batle Line (1), Condottiere (1), Keythedral (1), Galaxy Trucker (1), Glory To Rome (1)
Jogos que poderiam ter rolado, mas que por algum motivo não viram mesa: Agrícola, Hacienda, Guillotine, Mykerinos, Galactic Emperor.

domingo, 12 de outubro de 2008

A Torre das Peças e as lendas caindo.

Nesse sábado, o Warny organizou a 2a edição da Torre das Peças, no Bob's Tijuca. Basicamente, é um encontro de amigos e amigos dos amigos para jogar. Em comum, a curiosidade e estarem engatinhando no mundo lúdico. Para não ter só os novatos, ele convidou o Wykthor Zavandor, referência/lenda no cenário lúdico carioca e eu (mas não me pergunte o porquê já q n sou lenda alguma).
Quando cheguei lá, o Wykthor montou uma mesa de Phoenicia, jogo do Tom Lehmann (o cara do Race) que eu achei uma versão piorada do Zavandor mas ele adora e é conhecido por acabar o jogo com a pontuação maior que a soma dos outros jogadores. Eu montei uma mesa de Stone Age e depois o Warny montou um Puerto Rico. E foi aí que A Torre começou entrando para a história do Tabuleiro. A lenda caiu. Wykthor PERDEU no Phoenicia em uma LEARNING SESSION! Não me pergunte como. No Stone Age, o Warny ficava gritando "deixa as ferramentas pra mim". No entanto, com 3 jogadores, ferramenta e farm são partes integrantes da receita. Eu ainda gosto do Stone Age mas optei por rushar o final das cabanas já que a disposição das cartas não estava me favorecendo. Como era Learning Session para o Alexandre e a Cecília, acabei vencendo com alguma folga. 170 e poucos pontos à 98 para o Alexandre e 97 para a Cecília.
Nesse meio tempo, Warny foi surrado no Puerto Rico e Wykthor no Zavandor, dois dos três gamers na mesa tinham sido derrotados e eu estava estranhando estar "invicto".
Em seguida, jogamos a versão Sapateiros de Condottiere do Alexandre, discípulo de Cacá. Com um tabuleiro feito em madeira e pecinhas de war como marcadores. Eu já tive o Condottiere e acho ele muito ruim, justamente pelo efeito "cartas pokémon". No entanto, sei como as pessoas gostam de inaugurar seus jogos. A partida teve aquele efeito já manjado do "o jogador não-marcado". A Cecília que é muito na dela, ficou ainda mais na dela e enquanto os homens se degladiavam de forma primitiva , ela calmamente venceu com muita classe.
Nisso o Wykthor fez uma learning session de Galaxy Trucker em que um dos tripulantes conseguiu perder TODAS as peças na 3a nave! (E olha que ele nem jogou com a expansão).
Eu montei um Notre Dame com o Rodrigo vindo pra minha mesa. Jogamos em 5 jogadores, sendo que o Rodrigo me passando carta. Um "problema"de jogos como Notre Dame e PR é que, em learning session, a sua posição na mesa pode acabar definindo o jogo para um ou outro jogador. Como o Rodrigo sabia jogar, ele me passar cartas acabou fazendo do jogo , muito disputado. Na última rodada eu peguei uma carruagem com uma mensagem de 1 ponto (+1 do parque) e um de grana e ganhei por 74 a 72, uma pontuação muito peculiar para um jogo de 5 jogadores!
Depois do Notre Dame, uma galera foi embora e montaram um Keythedral , um Stone Age e eu joguei o Battle Line, do Knizia com o Alexandre. Fiquei impressionado com a simplicidade do jogo. Apesar de ter aquele esquema de "não importa o tema mas a matemática" , a mecânica é muito boa, o jogo é bem rápido e muito gostoso de jogar. Foi uma learning session para nós dois. Eu comecei tomando uma surra mas consegui virar o jogo ao meu favor mudando a "frente de batalha". Basicamente você disputa 9 espaços, alinhados horizontalmente. Se você conquistar 5 espaços ou 3 um ao lado do outro, você ganha. Para isso, existe um deck de 6 naipes, numerados de 1 a 10. Você faz combinações de 3 cartas , no estilo do pôquer, straight flush, 3 of a kind, flush e straight sendo o mais fraco (fora a combinação de quaisquer 3 cartas). Se em determinado momento você fizer uma combinação que o oponente não possa vencer seja pq é a melhor possível ou pq as cartas na mesa mostram que ele não tem como ganhar (por exemplo, eu faço uma trinca de 9's e ele não tem como fazer straight flush nem trinca de 10) eu ganho. E a mecânica é simples. Você adiciona uma carta em uma das 9 frentes de batalha e o oponente faz o mesmo. Eu tomei uma surra no flanco esquerdo e comecei a abrir novas frentes na direita. Acabei conseguindo três adjacentes e fechei a partida!
Finalmente, jogamos duas partidas de Puerto Rico em sequência. A 1a eu fiz uma jogada Shamou na última rodada e o Warny ganhou. A 2a partida, eu quis mudar um pouco a estratégia, comprei 4 Quarries , a Chapel, a Lighthouse e comprei um monte de prédio. Não surtiu efeito, fiz 45 pontos mas o Warny ganhou de novo. No final das contas, foi uma tarde produtiva , com a galera aprendendo novos jogos e se tudo correr bem, agregá-los ao Castelo e ao Calabouço também :)

Saudações Lúdicas e até o próximo report!

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Noite do Meia-Boca

O cenário lúdico carioca sempre foi marcado pela diversidade estrondosa de opiniões quanto ao "bom jogo". E uma das opiniões mais fortes no cenário, do conhecido pro-gamer Bouzada, é a do jogo "meia-boca", ou seja, jogos que não fritem os miolos e não demorem pelo menos 2h30. Entre eles, Race for the Galaxy, Stone Age, Tribune, qualquer coisa do Faidutti e qualquer jogo Franklin Rousseano.
Como o Bouzada estava ausente ontem, a fiscalização anti-meia boca não rolou e eles rolaram soltos para desespero do Heavy Gamer nº1 da galera. Começamos com o Gloria Mundi, um Banco Imobiliário que se passa em Roma e você anda com cartas ao invés de dados.
Sacanagem à parte, é um jogo do Rogério que o Cacá fez sociedade e levou para o Calabouço. Não encheu muito meus olhos não, O Carlão acabou se confundindo com os símbolos do prédio mas como quem joga, joga, ficou em 2º atrás do Cacá que passeou por Roma. Visigodo nenhum se mete a besta com o 1º terrorista da história do Império Romano. Acabou chegando em Cartago muito bem e o Carlão que não precisa saber jogar pra pancar, ficou em 2º.


Depois, separamos as mesas. Rolou uma sessão maratona "palha games" com Escalation, Gold Digger, Saboteur e Citadels. Todos os jogos contando com a presença do Shamou que estava fantasiado de trombadinha Heavy Metal.

Enquanto isso na ala meia-boca, decidimos estrear o Mission Red Planet. O jogo é exatamente como eu anunciei: Citadels com El Grande. A grande diferença pro Citadels é que todos tem o mesmo deck de personagens. E pro El Grande é que no El Grande você tem controle da situação. É um jogo feito pra divertir. E o custo-benefício é ótimo. Dura só uma hora. Não dá pra tentar ter controle de tudo. É muito caos ao mesmo tempo. E quando se trata de Caos, o Arthur é imbatível e deu uma surra na galera. Ficou mais de 20 pontos na minha frente, que ficou em segundo sem nem saber como.


Pra terminar a noite com um 3/4 de Boca, jogamos o Tribune. Já falei várias vezes dele. Jogamos de novo com o objetivo para 5 jogadores que não tem Tribune obrigatório. E dessa vez , o André ficou anos-luz na frente da galera. Fez o fino do Tribune, travando o favor temporário dos deuses com a biga e garantindo a grana como finisher na última rodada. Ainda rolou uma discussão de que se poderia atrasar a vitória mas de qualquer forma, como eu e o Cacá não ganhamos, concordamos que a partida foi muito páia. Agora falando sério, com 5 jogadores, acho que o jogo perde um pouco. Com 4 as partidas tendem a ser melhores e mais disputadas. Na próxima vez quero testar o outro objetivo de 5 jogadores sem o Tribune obrigatório (que aumenta em muito o tempo de jogo).

Pra finalizar, fui surrado pelo Cacá no Carcassonne: The Castle! E ainda roubei pra tentar diminuir a humilhação pública.

OBS: Em homenagem à ausência do Bouzada, esse report foi formatado para ser meia-boca.

Sábado tem W-Peças ou WarnyCON no Bob's Tijuca! Aguardo vocês lá.

sábado, 4 de outubro de 2008

A Volta dos que não foram

Calabouço de casa cheia é outra coisa! Com as férias da galera coincidindo (seja do trabalho, da patroa ou férias espirituais como a minha), rolou um Mega Calabouço das Peças com 4 mesas simultâneas.


A participação notável sem dúvida foi do Léo Rota-Rossi, vulgo garoto-propaganda da Alea, que apareceu por lá mas não trouxe o Elfenland, um jogo que ele gosta muito e só ele, em todo o RJ, gosta.


Outro fato notável foi a dobradinha do deputado Camilo Sujeira que, em tempos de eleição, voltou para marcar pontos com a comunidade lúdica depois das falcatruas no Tribune na semana anterior.

Finalmente, apareceram o Antônio Marcelo que tava sumido e o Paulo Henrique que conheceu recentemente os jogos modernos e como a maioria, está encantado.


As mesas começaram cedo. Léo "Elfenland" Rossi, Camilo Sujeira e Dedo-podre Bouzada no Scepter of Zavandor, excelente jogo econômico que nós só jogamos no Calabouço quando o Wykthor Zavandor está ausente. O jogo, como o Camilo fez questão de frisas várias vezes ao longo da noite, é excelente, ótimas mecânicas, ótimo uso dos leilões mas o tema é MUITO gay. Encantar gemas para ganhar o Cetro do Zavandor é algo que, provavelmente, só o Warny das Ferramentas iria querer. Afinal, qualquer coisa de formato fálico, está nas prioridades do mesmo.

Na mesa ao lado, a minha, começamos com o Tribune que eu já comentei no report passado e, apesar da indignação do Bouzada "Pára de jogar jogo páia, André", é um jogo que eu gosto bastante e pude ensinar para o Cadu, o PH e o Antônio Marcelo. Foi nossa primeira partida com 5 jogadores, o André Amiúne estava na mesa também. Sem o Camilo para influenciar os Senadores, ele acabou sendo meio rejeitado no começo do jogo. A galera ficou meio pacífica com relação às facções e sem muita marcação. Logo na 1a rodada, eu tomei os gladiadores com o líder, ganhando 2 legiões (são necessárias 3 para cumprir um objetivo). O Antônio estava indo muito bem, conseguindo o favor eterno bem rápido, enquanto o Cadu fez o Tribune bem rápido. Eu decidi abandonar o Tribune e, como as facções estavam com pouco conflito , decidi atacar os faction markers. A grana, pelo que eu percebi, é um objetivo que você pode fazer em uma rodada só, botando todo mundo lá no coin Bowl. Então só precisava de mais um objetivo. Tomei as virgens, dei toda minha grana na carroça para bloqueá-las (não gosto dessa história de compartilhar a virgindade das mesmas com os outros) e garanti o favor dos deuses. Na última rodada, botei todos os meeples na grana e acabei fechando o jogo.


Ao lado, estava rolando um Stone Age com Nobre, Rodrigo e Renato. Lá embaixo Cacá, Arthur, André Boné, Carlão Kingsburg e Rodrigo Notre Dame González jogavam Colosseum. No eaitemjogo.blogspot.com tem um report completo e muito mais bonito e organizado sobre o jogo.


Depois do Tribune, o Antônio Marcelo substituiu o Renato na partida de Stone Age e decidimos jogar o que seria o PONTO ALTO DA NOITE. PASSADEIRAS DE CATAN!!!!!!!!!!!!!!! O nome real do jogo é Q-JET, vulgo ferro de passar roupa. Tá no top 10 do Camilo, junto com purrinha, rouba montinho, jogo da velha, Guerra, par ou ímpar e Ludo. Os carros realmente são idênticos a um ferro de passar e acaba dando uma função extra ao jogo, com partidas sendo realizadas sob camisas amarrotadas , basta dar uma esquentadinha nas miniaturas. (Ok, essa foi horrível mas é para eu tentar me aproximar do nível humorístico de Camilo Costinha e Wykthor piadista Zavandor). O jogo realmente é páia. É um jogo de corrida que você usa cartas para movimentar os carrinhos, dá para dar umas fechadas mas é basicamente isso. É gostoso de jogar, bem rapidinho e vale a pena pelas piadinhas relacionadas ao mesmo. Estava liderando bem até a maldição de "não pode usar as cartas de 6 em primeiro lugar" fizeram meu ferro de passar lembrar a Ferrari e acabei sendo ultrapassado na última carta pelo André Amiúne e fiquei com um honroso 2o lugar enquanto o Cadu foi ownado pelo PH com fechadas intermináveis e amargou um longíquo último, em uma atitude lúdica muito nobre.

Um pouco depois do fim do Q-Jet, acabou o Zavandor também, com o Bouzada pegando no cetro do Zavandor para ciúmes longínquos do Wykthor e do Warny.

Partimos então para um Louis XIV. Lá no eaitemjogo eu falei sobre ele no report do Castelcon. É relativamente rápido, dependendo da AP da galera, muito bonito e pequeno. Ficou um pouco arrastado, o Cadu fez a estratégia dos Brasões mas o André, que normalmente ganhava o Louis XIV, acabou cumprindo mais missões que a galera e ganhou , apertado. O placar final foi 47,45 e 43 pra mim. O PH, como nunca tinha jogado nenhum controle de área, ficou um pouco atrás.

Nesse meio tempo, a galera tava se chicoteando no In the Year of the Dragon, outro jogo que só jogam quando o Wykthor Zavandor não está presente. O Bouzada e o Arthur que são os dois grandes viciados no jogo acabaram disputando até o final mas o Bouzada, pro gamer, ganhou.

O Camilo decidiu explicar o Agricola, a mesa estava cheia, uma galera foi embora e o In the Year não tinha acabado ainda, então eu decidi apresentar/jogar o Carcassonne: The Castle para o PH.
Como eu sei que o setup/explicação do Agricola leva um boom tempo, deu para jogarmos tranquilamente. O TC é minha versão favorita de Carcassonne, de longe. Como diz o
Bouzada-2500-partidas-de Carcassone, é um jogo para 2 mesmo, então não precisa de mais gente. Regras simples e com learning curve bem acentuada. Acabei ganhando com uma boa vantagem, 106 a 67 mas muito mais por ter valorizado os wall tiles (que fazem muita diferença no final) do que por outra coisa.

Finalmente, terminada a explicação do Agricola, eu teria minha 2a chance. E não fiz tão feio quanto da outra vez. Com 5 jogadores, fica muito mais controlada a questão do Family Growth já que você sabe exatamente quando vai aparecer e, em determinado momento, haverá dois disponíveis. Outra coisa importante é a diversificação da fazenda. Consegui ter todos os animais, só o grão que foi impossível com a presença do André-Padeiro-Amiúne pegando grãos toda rodada. Acabei comprando um forno bombado lá e tacando javali e gado para alimentação da galera. Em determinado momento, rolou o momento "Vamo botar água no feijão" já que eu tinha os 5 trabalhadores e todos com apetite de Wykthor em dia de churrascaria. No final das contas, o André acabou confundindo o efeito de uma carta dele e tomou mendigo na cabeça. O Léo Rossi e o Cadu sofreram da síndrome de primeira partida e acabaram com pontuações na casa dos 15 e 25 pontos respectivamente. Eu comi mosca não transformando minhas casas em pedra e o Camilo, usando sua influência política nos campos, abusou do voto de cabresto, oferecia cenoura em troca de pontos e todo tipo de falcatrua possível e imaginável. Resultado 46 pra ele, 41 pra mim.

Ao lado, ainda tava rolando uma partida de Leonardo da Vinci, jogo que o Bouzada adora mas nunca consegue jogar. E obviamente, ele ganhou na learning session que fez pra galera.

Resultado, um Calabouço muito prolífico com a galera das antigas aparecendo e uma nova e excelente partida de Agricola, confirmando que é um jogo muito maior que o hype que estão fazendo ;)

Grande Abraço e até a próxima!

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Agricola, At last!

Depois de muito falarem, reclamarem, compararem, eu finalmente consegui jogar o Agricola. Em uma operação terrorista de alta categoria, o Cacá sequestrou o Agricola do Camilo em plena 3a feira e, em um vídeo agressivo, prometeu fatiar o jogo se a gente não jogasse até 5a feira (que foi o dia do Calabouço). Como não se discute com sequestradores de jogos que passaram o Puerto Rico no top1 do BGG, decidimos jogar.
Eu , como eurogamer de carteirinha, tinha certeza que iria gostar do jogo. O problema é que, além de ser muito disperso, estava rolando uma partida de Kingsburg do meu lado. E eu adoro dar pitacos, logicamente. Ainda mais quando Carlão "Kingsburg's King" estava jogando. Peguei a explicação relativamente bem. Depois de digerir Antiquity e Roads n' Boats, o Agricola não foi tão pesado. O grande mal é que eu não percebi que qualquer coisa que você tivesse "zero" (gado, javali e afins) faria com que se perdesse um ponto. Outra grande consequência negativa pra mim foi supervalorizar os minor improvements. Absorver as regras, traçar planos, estar jogando O Agricola, ser o único novato e aprender novas estratégias de Kingsburg com o Carlão na mesa ao lado é muita coisa pra minha cabeça e pra minha falta de atenção.
Logo que o jogo começou, eu percebi a infinita rejogabilidade que o jogo proporciona e como você fica sobrecarregado com a quantidade absurda de opções logo de cara. Não sei pq, mas eu tive um pouco da velha sensação do Harvest Moon quando estava jogando. Aquele clima de "fazendinha". Até é claro, chegar a hora de alimentar o povo e perceber que ia ter que rolar um esquema de sopão pra família.
Ainda na linha européia, classe média, quis ter só um filho, pouca barriga pra alimentar e uma casa melhor (de pedra). Não adiantou bulhufas. Minha fazenda que acabou virando um complexo latifundiário e com um mega pasto de ovelhas provou-se ineficiente. Agricola na verdade é um jogo que privilegia a reforma agrária, cultura de subsistência e todas aquelas coisas antigas que deveriam ter sido abolidas mas não foram. Resultado, Bouzada ganhou com folgas na sua fazenda old school. O Cacá que exercitou suas teorias islâmicas queimando as ovelhas no marmóre do inferno (coitadas) acabou com o vice. O André Amiúne que era o padeiro da galera acabou em 3º e eu, capitalista selvagem agressivo amarguei a última posição.
Nesse interim , O Camilo ensinou o Dog pra galera. Eu apelidei ele de "Ludo on steroids" pq ele é basicamente isso. Um Ludo que substituiu os dados por cartas. E deu um aspecto muito mais estratégico ao jogo. Longe de ser um jogaço, completo e afins mas muito interessante, de qualquer forma. O Guilherme enquanto isso, armou uma mesa de Gold Braun , do Carlão para que ele pudesse estreá-lo e depois jogou algumas partidas do seu novíssimo e alemão Saint Petersburg.
Quando o Agricola acabou, ficou aquela sensação de "quero jogar de novo pra fazer menos cagadas", mas como sou sempre pró-variedade, separamos duas mesas. O Cacá, Bouzada e Americano foram jogar o La Cittá, o Guilherme continuava o massacre do Saint Petersburg contra os pobres desavisados que não tinham jogado ainda e eu, Camilo, Zé e André Amiúne fomos jogar o Tribune.
Apesar da opinião negativa de muita gente no BGG e na BG-BR, a galera do Calabouço/Castelo ficou encantada com o jogo. Muitos, inclusive, preferem ele ao Stone Age. Eu tô no meio. Depois de muitas partidas de Stone Age no BSW e ao vivo, acabei achando um pouco decisivo a ordem que determinadas cartas saem (como o 2x meeple com madeira, 3x cabana e afins). O Tribune, por outro lado, por ter várias cartas de objetivo e diferente número de jeitos de alcançar a vitória acabou me agradando mais. Fora que é um jogo belíssimo com o selo de qualidade da Fantasy Flight. O Camilo, conhecido como Deputado Camilo Sujeira, no interim da política , influenciou os senadores logo de cara. Com a ausência do Cacá para sacrificar as virgens, coube ao Zé essa difícil tarefa de tirar a pureza das virgens tão virgens quanto a Britney Spears nos tempos de Rock in Rio (quando ainda era no Rio mesmo). Eu fiquei meio perdido, pegamos uma carta que o Tribune era objetivo obrigatório e foi um jogo bem longo (demorou mais que o La Cittá). No final das contas, vira do Camilo que subornou os senadores até não poder mais e acabou abrindo uma boa vantagem em relação ao resto do pessoal. O André Amiúne fechou na mesma rodada que ele mas perdeu nos pontos.
Calabouço de casa cheia, croissant de chocolate e finalmente, uma partida de Agricola. Quero jogar novamente, pra não fazer tão feio dessa vez. Com as mãos abanando e péssimas atuações, o Calabouço serviu para desfazer esse título de mosca morta que tenho , já que não ganhei jogo algum, comprovando assim que sou apenas um casual gamer sem nenhum poder competitivo frente às lendas do cenário lúdico carioca.

domingo, 21 de setembro de 2008

Session Report 18/9: Sessão Coca-Zero

Um frio desgraçado aqui no RJ (Cerca de 20ºC é quase congelante por aqui) e a galera acabou preferindo ficar em casa.

Para os bravos veteranos que toparam o desafio (Eu, Bouzada, Cacá, Franklin, André Amiúne, Americano, Zé e Fernando) acabou sendo uma noite agradável que só rolaram jogos que eu gosto.

Começamos estreando o Tribune que eu tinha me comprometido a ler as regras e acho que não rolou nenhuma Rogério Edition. Para uma varrida completa sobre o jogo entrem no blog do Cacá:
eaitemjogo.blogspot.com

Sempre que ele ganha um jogo, ele faz um super detalhado report do jogo. E ele, Bouzada e André Amiúne acharam o jogo melhor que o Stone Age. Eu ainda quero jogar mais partidas para dizer meu preferido mas o Tribune encaixa-se na categoria de jogo lightweight que termina em, no máximo 1h30. Eu tô numa fase de jogos mais leves e o Tribune encaixa-se perfeitamente na categoria. Foi uma partida muito boa mas o Cacá, seguindo seus preceitos islâmicos , foi na direção das 98 virgens do Alcorão (apelidadas no jogo de Vestal Virgins) e acabou se dando bem fechando o jogo antes do Bouzada conseguir.

Depois jogamos El Grande que apesar das conotações homossexuais e do Cacá guardar a peça que representa o rei (e que deu origem ao El Grande) muito bem lacrado e esterilizado por razões que preferimos não perguntar, é um jogaço.
Considero ele o pai do controle de área. Regras extremamente simples e inúmeras decisões ao longo do jogo. Altamente recomendado. O jogo todo foi dominado pelo Franklin e o Bouzada com o André Amiúne fazendo frente mas sendo severamente punido por jogadas dos outros. Eu e Cacá ficamos disputando a última posição o jogo todo mas acabei fugindo da degola na última pontuação e até esboçei uma tardia reação....
Finalmente, jogamos o Notre Dame que a maioria da galera aqui no RJ não gosta e eu devo ser o único que acha ele mais gostoso de jogar que o In the Year (apesar de assumir que o design deste é muito melhor). Eu acredito muito na learning curve no Notre Dame. Bouzada que tem infinitas partidas no BSW e jogou até na Ludus , mostrando a força lúdica Carioca na terra da garoa ficou sempre na frente (apesar de falar que eu que tava ganhando). O Cacá fez uma estratégia da carruagem mas faltou parque pra acompanhar o ritmo. O Franklin arrojou com dois parques na 1a rodada mas sofreu muito com a praga.
No final das contas, acabei empatando (sabe-se lá como) com o Bouzada e ele ganhou no desempate( grana).
Na mesa do lado, Americano, Zé e Fernando jogaram Thebes e Stone Age enquanto nós jogávamos. Um dia de jogos lights , bons e que são apelidados pelo Bouzada de "meia-boca" :)

para um session report melhor, mais bonito e mais elaborado:

eaitemjogo.blogspot.com

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Calabouço do Mal: Saci, Velho do Rio, Troll, Bouzada, Victor, Cacá...

Calabouço do Pica-Pau Amarelo

Quando cheguei ao Calabouço esperava encontrar o Saci e o Velho do Rio, amigos que o Cacá disse que levaria nesta última quinta-feira. Os amigos do Cacá não compareceram, mas quem precisa do Saci quando temos os mitológicos: Major Bouzada Ronque Fuça, o pífio Victor Zavandor, o mestre do cinismo André Fel, o dissimulado Carlos Power Grid, o palestino Cacá, a dupla sertaneja Nobre e Rodrigo RPG, e o propagador do caos Artur.

Cave Tróia?

Cacá, Bouzada e Fel jogavam Airships, um jogo diferente sobre construção de Zepellins, enquanto Nobre, Victor e Rodrigo RPG jogavam Stone Age.
Cadu, Artur e Renato foram jogar Cave Troll com a ilustre presença do Carlos. Terminada a partida o Carlos dá uma declaração bombástica:

- Gostei muito deste “Cave Tróia” (hummm??!!!). Mas só fui entender no final quando joguei a carta do “Brave Troll” (hummmm??!!!).

Uma intrigante mistura de Tróia com Brave Heart para quem gosta de cinema.

Interessante ressaltar que o Artur estava cantando a pedra: “Quem vai ser o porco que vai jogar o Troll no Cadu”? O Carlos estava com a carta do Troll desde o início, mas foi a última carta que ele usou no jogo, e ainda jogou no Artur. Deve ter sido uma represália por causa da Fanta Laranja que é servida no Calabouço.

Fora que este negócio de jogar o Troll no Cadu, além do duplo sentido, é algo totalmente dispensável.

Stone Age à caráter

Mesa de Stone Age para Victor, Cadu, Nobre e Rodrigo RPG. Enquanto isso Fel dizia que não tinha nenhuma chance de vitória na partida de Kronos que acabara de começar.
No Stone Age, jogo muito bonito e cheio de “triplo sentido”, o Victor era o provável vencedor já que os outros três jogadores eram novatos, apesar de para o Nobre e o Rodrigo já constar uma partida no currículo. A princípio pensei que o Rodrigo RPG estava fantasiado à caráter para jogar Stone Age, mas só depois foi que percebi que a barba e o cabelo faziam parte de um novo visual “clean” para um épico RPG que vai começar daqui a três meses e meio...
Cabe ressaltar que nesta partida o resultado foi uma robusta zebra e os novatos venceram com Cadu em primeiro e o pífio e miserável Victor em último...
Enquanto isso no Kronos o Fel choramingava como um crocodilo repetindo exaustivamente que já não tinha mais chances de vitória...

Galaxy Trucker e Kronos

Visivelmente abalado com a derrota no Stone Age, o Victor sugere uma partida de Galaxy Trucker. Novamente estavam lá Cadu, Nobre e Rodrigo “Rock Pedra” para desafiar o Darth Victor Vader.
Enquanto isso o Major Bouzada Ronque Fuça concede 23 minutos para o Fel pensar numa jogada vencedora no Kronos. Aquela mesma partida em que o Fel disse que não tinha mais chances.
Enquanto o Fel utilizava todos os seus 23 minutos, Cadu, Nobre e o dublê de Flinstones Rodrigo, montavam as suas naves para derrubar novamente o Victor. Desta vez não deu certo pois o pífio e miserável Victor implantou algum dispositivo nos dados que deixou os meteoros tele-guiados. Cadu estava sem paciência para montar suas naves e na segunda viagem montou um verdadeiro lixo espacial que ninguém sabe como chegou ao final. Destaque também para a nave do Nobre que estava com um monte de pedaços pendurados devido aos meteoros dopados do Victor. E o Zavandor venceu a partida com uma diferença de 3 pontos para o Cadu e assim voltou a sorrir sarcasticamente. Já o Fel venceu no Kronos após os fatídicos 23 minutos e confirmou a sua fama de mosca morta.

In the Year of the Dragon

Bouzada, Fel e Cacá se aventuram na China antiga na tentativa de sobreviver ao ano do Dragão. Já até escrevi sobre uma partida deste jogo o qual acho excelente.
Para quem não sabe, e eu também não sei, o ano do dragão deve ter sido uma tremenda furada para a turma do olho puxado. Só acontece desgraça nesta jonça de ano do dragão. Fome, peste, invasões, imperador sádico e corrupto, e por aí vai. Tudo leva a crer que este é o jogo perfeito para o Cacá exercer suas habilidades terroristas. Para isso ele preparou o seu kit palestino com táticas especiais para situações extremamente adversas. E como o livro sagrado do Cacá diz que arroz, mulher e imperadores corruptos não são permitidos, então não teve arroz para os cubras valentes, gueixas nem pensar e o acerto de contas com o imperador foi pras cucuias... Lógico que tudo isso resultou em muitas mortes, mas nada que o Cacá já não esteja acostumado desde pequeno.
Já o Major Bouzada Ronque Fuça, impressionado com as belas chinesas, investiu pesado em bordéis contratando tudo quanto era gueixa que encontrava pelo caminho. Não deu certo porque as vagabundas (como diz o Guilherme), sugaram todo o dinheiro do Major que acabou sem grana, sem iniciativa, sem palácios e com poucos privilégios no final.
Já o André Felipe Mosca Morta Dissimulada, que não curte tanto o jogo, manteve uma boa estrutura de trabalhadores e conseguiu uma vantagem considerável que ele só viria a admitir na penúltima rodada com a seguinte observação: “É, acho que vou ganhar”.



Depois de se dar mal na China, nossos heróis resolvem explorar os mistérios religiosos do Egito em uma partida de Rá com cinco jogadores: Fel, Cacá, Victor, Bouzada e Cadu.
O tal de Rá deve ter ficado muito p@#$@# com o Victor de tanto que foi invocado. Cadu investiu no Nilo e ficou com vários tiles do referido rio que não serviram de p#$%#$ nenhuma. Bouzada, que cansou de colecionar gueixas, resolveu colecionar faraós (humm... nossa!!!). Cacá fez sua coleção também, mas foi de monumentos para transformar tudo em ruínas depois. Fel não sabia o que estava fazendo e quase ganhou o jogo.
Cabe ressaltar que não tinha a pedra de leilão com valor 12, então foi usada uma pedra azul transparente, se não estou enganado, do “Conquest of the Fallen Lands”. Mais uma das muitas heresias cometidas contra o Rá.
Eram 05:00h e o Cacá estava apavorado com a reação da Patroa. E olha que ver o Cacá apavorado com alguma coisa é um fato raríssimo. O jogo terminou com vitória do Victor e com o Bouzada em último provando que o problema não estava com as gueixas.

Trabalhar é preciso...

Quase 06:00h de uma sexta-feira que não era feriado no RJ. Como se diz por estas bandas... vida ruim.

[]s,
Cadu.