segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Resenha - Red November

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Red November é um dos jogos lançados pela Fantasy Flight Games no ano de 2008. Ele foi lançado na categoria “Silver Line” e tem como autores Bruno Faidutti (Citadels) em parceria com Jef Gontier. É um jogo cooperativo para 3 a 8 jogadores, mas é perfeitamente possível jogar no modo solo.

Tema

Um submarino gnomo em sérios apuros é o tema principal de “Red November”. Fogo, salas inundadas, reator com mal-funcionamento, aumento constante da pressão, asfixia e um monstro marinho são algumas das constantes ameaças ao submarino. O objetivo é sobreviver durante cerca de 60 minutos (o tempo é contado de forma semelhante ao Thebes) até a chegada do resgate, caso contrário o submarino é destruído e todos perdem. Durante este tempo os jogadores irão apagar incêndios, consertar o reator e o motor, desativar o lançamento dos mísseis nucleares, bombear água das salas inundadas e possivelmente enfrentar uma lula gigante que quer devorar o submarino.
Quando se joga o “Red November” não é difícil lembrar do submarino russo “Kursk” que afundou alguns anos atrás e parece, inclusive, que o jogo foi inspirado neste trágico acidente.

Nota (5/5) – Um tema diferente e que chama a atenção mantendo o interesse pelo jogo.

Componentes

Os componentes são de excelente qualidade, assim como sempre se espera de um jogo da Fantasy Flight. A caixa é bem pequena, do tamanho exato da caixa do Citadels, mas comporta diversos componentes, dentre eles 8 miniaturas de marinheiros (gnomos), mais de 60 cartas, quase uma centena de tokens, marcadores, player aids, manual, 1 dado de 10 faces e o tabuleiro (que aberto tem quatro vezes o tamanho da caixa).
Uma coisa curiosa é que depois que você tira os componentes da caixa, fica difícil colocar tudo de volta novamente. Por causa deste aperto algumas das miniaturas de marinheiros acabam ficando inclinadas ou tortas.
As cartas são de ótima qualidade e bem pequenas também. Os tokens de equipamentos são de um papel bastante resistente, semelhantes ao do Carcassone.

Nota (5/5) – Excelentes componentes, com ótima qualidade. Uma caixa pequena e resistente que pode ser transportada facilmente. O único porém é o espaço reduzido e algumas das miniaturas que acabam vindo tortas.

Mecânica

Durante o turno do jogador ele poderá se movimentar pelo submarino (se for possível), realizar uma ação que geralmente é consertar alguma coisa, medir o nível de intoxicação devido a ingestão de vodka que deixa os marinheiros com coragem para entrar nas salas com incêndio e atualizar o tempo gasto nos movimentos e ações onde novos eventos, quase sempre ruins, irão surgir.
Para se movimentar e agir o marinheiro usa tempo medido em minutos. Para abrir uma escotilha que leva a outra sala leva, por exemplo, 1 minuto. Para realizar ações os jogadores também escolhem quantos minutos utilizarão. Quanto mais tempo for alocado para a tarefa mais chances de sucesso ela terá. Se por exemplo o jogador diz que usará 4 minutos para uma tarefa ele lançará o dado e só terá sucesso se o valor for menor ou igual a 4. Os tokens de equipamento ajudam nesta conta somando alguns minutos de bônus, um extintor por exemplo dá mais 3 minutos numa tentativa de apagar um incêndio.

Nota (3/5) – A forma de contar o tempo, semelhante a do Thebes, é a mecânica mais interessante do jogo. Joga quem está mais “atrasado” de modo que um mesmo jogador pode ter vários turnos seguidos se usar pouco tempo em suas ações e movimentos.

Replay

Sendo um jogo cooperativo mas que pode ser jogado no modo solitário já torna o “Red November” uma boa pedida para quem procura rejogabilidade. Cada partida se torna diferente por causa da aleatoriedade do dado, mas o que se tem a fazer durante o turno muitas vezes é repetitivo o que pode ser enfadonho para alguns jogadores. Não joguei muitas partidas ainda, mas depois de cinco tentativas (todas fracassadas) acredito que o “Red November” tem bastante desafio a oferecer.

Nota (3/5) – Não acredito que seja um jogo que verá mesa sempre, mas parece ser divertido e deverá atrair principalmente os não-gamers e jogadores casuais.

Variantes

Duas variantes são apresentadas. Numa delas jogador que tiver seu marinheiro morto durante a tentativa de salvar o submarino terá a oportunidade de substituir o falecido por outro marinheiro que estava “escondido” num canto do submarino. Esta opção é válida principalmente para quem não gosta de jogos com eliminação.
A outra opção é a chamada “Crazed Gnomes” onde os jogadores podem usar um pé-de-cabra, que geralmente é utilizado para ajudar a desbloquear escotilhas, para atacar outros marinheiros. Esta opção se justifica apenas por conta de uma particularidade nas regras. Existe uma condição de vitória que permite a um dos jogadores utilizar um “Aqualung” e fugir do submarino abandonando os seus camaradas. Neste caso este jogador vence se o submarino for destruído, caso contrário ele perde e os demais jogadores vencem. Caso um jogador desconfie que existe um “traidor” a bordo pode-se utilizar o pé-de-cabra desta forma não convencional.

Nota (4/5) – As variantes apresentadas parecem interessantes e podem ajudar a tornar o jogo mais tenso, principalmente a dos gnomos enlouquecidos.

Diversão

Com o grupo certo é bastante divertido. Rende vários “Hurras!” quando os desafios vão sendo vencidos a bordo em combate às diversas situações trágicas que ocorrerão a todo o tempo.
Não deverá fazer muito sucesso com heavy-gamers que fazem vista grossa para jogos leves.

Nota (3/5) – Depende também do grupo para se tornar divertido.

Conclusão

“Red November” é um jogo cooperativo, leve e fácil de aprender. As regras são explicadas em no máximo 15 minutos e uma partida leva em torno de 45 a 60 minutos com 4 jogadores. Tem excelentes componentes e pode ser transportado facilmente. Pode não agradar os mais hardcores, mas possui um tema interessante e é uma ótima opção como gateway. Vale a pena conferir.

Nota (4/5)

[]s,

Cadu.