sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Roleta Russa no Citadels

Ontem foi um dia atípico. Obina orquestrou o time do Flamengo para uma acachapante vitória de 5x0, O Calabouço ficou vazio e o Carlão perdeu no Kingsburg...


Era aniversário do Arthur, então quando eu cheguei lá, estava um som ligado, luzes apagadas e nada de jogo. Fiquei conversando com o seu Salvador, grande conhecedor das coisas do mundo até aparecer o Carlão. Pouco depois eles sairam para comemorar o niver e ficamos eu e Carlão. Íamos começar um Gheos quando o deputado Camilo Sujeira, na eminência do 2o turno, foi lá fazer boca de urna.

Decidimos jogar Kingsburg para aprender algo novo com Carlão-Kingsburg, a lenda viva do jogo. Sua maneira de jogar é bem peculiar, não importa o que ele precise para construir prédios, ele vai olhar para os seus dados e cortar uma das suas opções! Muito agressivo, de fato. Eu, com três jogadores, acabei optando por fazer um jogo mais conservador, afinal estava com duas lendas à mesa. O Carlão e o Camilo apostaram na Farm e contaram com o dado branco até o 4º ano. No 5º uma situação curiosa, o Camilo estava atrás nos pontos e precisava construir a Church (7 vps e +1 contra demons) para ter chances de vencer. Era arriscado mas o jogo é de risk management. Ele só perdia se rolasse 1 ou 2 no dado branco. Carlão joga e.... 1! Acabou que os dois perderam 9 pontos na última rodada e eu ganhei 2. Fui a 50 e eles caíram para 30 e uns quebrados.. O Camilo acabou uns bons 6 pontos à frente do Carlão e a lenda caiu. Eu gosto de jogar com a variante das cartas por isso, um jogo disputado acabou sendo decidido no dado branco. Com a variante oficial, já anunciada para a expansão , você começa com 7 cartas, de valores 0,0, 1, 1 , 2, 3 e 4. E essa é a ajuda que você vai ter. Mais determinístico e mais gamer. Para quem gosta da emoção e da alegria de "torcer" pelo dado, o jogo como está , é ótimo.


Acabado o Kingsburg, chegou o Cacá, com camisa do Flamengo e a torcida organizada cujo lema é "Flamengo é Afeganistão", composta basicamente por muçulmanos com tendências terroristas. Fizemos uma learning session de Notre Dame para o Camilo, com a ida do Carlos ao podrão da esquina para refletir sobre o porquê de ter sido derrotado em um dos jogos que ele é considerado especialista (junto com Power Grid e Khronos que inclusive lhe renderam o busto exibido no Calabouço em vossa homenagem pelas vitórias lendárias nos jogos). O Notre Dame, apesar da galera achar meia boca, é um jogo que eu gosto muito. Há bastante planejamento prévio , em função das cartas e conseguir pontuar no "big scoring" como é o caso das cartas que dão 2 pontos por província com 2 cubos e 3 pontos por província com 3 cubos pode fazer muita diferença. O Camilo, adotou uma estratégia publicada por Wykthor Zavandor em seu livro "como fazer pontos de vitória desde o início em um eurogame e ainda assim ganhar", no entanto, no Notre Dame, a praga, os cubos e a grana não perdoam. É vida ruim mesmo. Ele acabou pontuando muito no começo do jogo, subornando todo mundo mas sua influência acabou (os cubinhos esgotaram) , a praga chegou e rolou um desmanche no partido político. Resultado, acabei ganhando, mesmo com o Cacá passeando com a carruagem-bomba pela minha vizinhança e explodindo a rataria pelos ares sempre que se atreviam a chegar perto dele. Placar final 71 pra mim , 62 para o Cacá e 46 para o Camilo.

E finalmente , o jogo que foi o grande barato da noite: Citadels Roleta Russa, versão Calabouço das Peças. Primeira rodada, Carlos com o rei, pega o asssassino. Antes do jogo, rolou uma discussão que matar o mercador no começo do jogo é a melhor jogada, pois é o que mais se beneficia logo de cara e afins. Acreditando que o Carlos seguiria a cartilha, dispensei o Mercador em prol do Bispo (tinha uma carta azul na mão). Qual não foi minha surpresa quando o Carlos, revelou o assassino e de forma quase mediúnica, soltou em alto e bom som: Mato o Bispo! Para gargalhadas estridentes do Deputado Camilo Sujeira. Segunda rodada, Carlos com o assassino de novo, "Carlão, escolhe um para matar". E ele, sem prédio algum, manda: "Warlord!" Preciso dizer quem tinha o Warlord na mão? Pois é.. vida ruim. Depois dessa chacina. Ainda tomei um Thief, um Warlord pq "era de graça", tudo cortesia de "Carlão tacando o terror". E acabou que o fator randômico deu uma dinâmica diferente ao jogo. Quem será que o Carlão vai assassinar, no melhor estilo "Quem matou Odete Roitman?". No meio do jogo, vendo a possibilidade de me recuperar, Camilo manda um "Carlão, escolhe um número de 2 a 8 pra assassinar". E, em cheio, ele soltou um "5". E , obviamente, fui assassinado de novo. E no meio do fogo cruzado, Cacá que já está acostumado a sobrevivência em ambientes de alta periculosidade , fogo cruzado, pilhagens, assassinato de padres, arquitetos e tudo que a roleta russa puder mirar, conseguiu uma vitória tranquila. Arthur que estava no esquema come-quieto ainda acabou em segundo, Camilo em 3o e eu, mesmo com a cidade espoliada, destruída e sem jogar por metade das rodadas, ainda fiz honrosos 25 pontos ficando a frente do meu algoz, o Carlão, com 19.


Semana que vem, tem Calabouço de novo, apareçam ;)

Um comentário:

Cacá disse...

hehehehehhee... boa resenha...