sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Heresia é não jogar Agrícola

Em nosso mundo lúdico eu sei muito bem o que fazem com os hereges. Geralmente eles são torturados pelos componentes mais radicais da patota afegã liderada pelo Cacá. Depois da sessão de tortura o Arthur os faz beber todo tipo de líquido colorido que ele diz ser os refrescos e refrigerantes do Calabouço. Se o sujeito ainda estiver vivo ele será obrigado a participar de uma mesa com o Americano (que estará completamente bêbado), com o pífio e ardiloso Vitor contando a mesma piada do dragão o tempo todo e com o impiedoso estrategista Carlos Merino (lenda viva do Power Grid e do Kronos).

Será que vou ser considerado um herege ao afirmar que o Agrícola é o melhor jogo de todos os tempos e que o Puerto Rico não está com esta bola toda? Bom, fato é que o Agrícola é um jogo excepcional, com uma rejogabilidade fora do comum e com um desafio diferente a cada partida que o torna um jogo único e especial para ser jogado sempre.

Como todo gamer precavido tratei de ligar para o André Felipe e reservar o meu ingresso para a mesa de Agrícola. Eu não queria deixar para comprar com os cambistas da Al-Qaeda que o Cacá contratou para “servir” os incautos jogadores de última hora.
Fazia um certo tempo que eu não aparecia no Calabouço e quando cheguei, para meu alívio, percebi que ele continua o mesmo. Estavam lá a pilha de jogos com algumas novidades, as três tradicionais mesas para as pelejas, na parede a foto do Shamou vestido de baiana e o busto do Carlos Merino em homenagem às já mencionadas, e sensacionais, vitórias no Power Grid e Kronos.

Mas como o que interessa é jogar, começamos a preparar a partida de Agrícola logo depois que o Cacá conferiu a autenticidade dos ingressos (havia um rumor que o Shamou estava falsificando os bilhetes a mando do Deputado Camilo Sujeira de quem é cabo eleitoral desde a meninice).
A mesa estava composta dos seguintes plantadores de beringela: Cacá, Cadu, André Amiúne (esquisito, é assim mesmo?), Roger Moore e André Felipe.
Depois que o André explicou o jogo para o Roger Moore começamos a tão esperada partida. Logo no início o Cacá já foi fazendo das suas, tentando intimidar a todos comprando um bovino-bomba de estimação para colocar dentro de sua casa na fazenda. André Amiúne (estranho não?) comprou um forno de barro para assar batata-doce e javali do mato. Roger Moore estava meio perdido e foi aceitando as dicas sujas do latifundiário André Felipe. Enquanto isso o Americano gritava do outro lado – “Compra Jagunço, compra jagunço e escopeta”.

Como nas fazendas do interior do Camboja não tem internet nem televisão, os jogadores começaram a crescer suas casas para comportar os novos membros da família.

Para o Cacá cada membro da família era um verdadeiro pesadelo, pois os moleques não se contentavam com as tradicionais cabeças-de-nego e ficavam plantando C4 nos estábulos para se divertir mandando tudo pelos ares. Ao final do jogo seus campos de plantação ficaram vazios e foram utilizados como campos de concentração. Sua contagem de pontos foi 24 (eu sabia!) o que garantiu o último lugar para o nosso amigo palestino. Isso, é claro, resultou numa premiação para todos os funcionários da fazenda que receberam gratuitamente uma passagem só de ida para os Emirados Árabes Unidos.

Enquanto isso o André Mosca Morta dizia: “Cadu ganhou, não consegui desenvolver um bom jogo”.

O Roger Moore teve outros problemas. Como a família cresceu a necessidade por comida também aumentou. Para conseguir a mamadeira das crianças faltou só vender as calças. Conseguiu alguns pontos a mais que o Cacá o que já é um grande feito.

Enquanto isso o André Mosca Morta dizia: “Cadu ganhou, não fui bem”.

O André Amiúne (sinistro!!!) esqueceu que o jogo era de fazenda e deixou várias terras improdutivas que tiraram pontos preciosos no final. Ele totalizou 34 pontos depois que os fiscais do Ministério da Agricultura multaram toda a família.

Enquanto isso o André Mosca Morta dizia: “Cadu ganhou, meu jogo foi horrível”.

Cadu conseguiu resolver o problema da comida com um maluco-beleza que transformava junco em alimento (hummm?). Daí bastou um forno vagabundo (tal de Fireplace) para assar umas mandiocas que a prole estaria garantida. As plantações estavam bem diversificadas com vegetais e trigo, trigo e vegetais, vegetais e trigo, trigo e vegetais... Nada de pizza, lazanha, nem carnes (o rebanho contraiu febre aftosa depois de tomar o suco de groselha do Artur). Meu cachorro morreu na caçada a uma raposa numa tentativa desesperada de mudar o cardápio...

O André Felipe chorava como um réptil dizendo que os 42 pontos do Cadu tinham sido suficientes para a vitória. Mas para seu espanto, (só dele), ao contar os pontos ele “percebeu” que tinha 45 graças a um cubra-do-mato que dava uns pontinhos a mais no final. Bicho cínico e dissimulado do brejo...

Durante a partida de Agrícola o Americano jogava Carcassone Castle com o Felipe. Ele resolveu fazer umas house-rules para tornar o jogo mais interessante. Mudou o nome para “Carcassone Battle”, colocou uns soldadinhos de chumbo no lugar dos meeples e trocou o livro de regras pelo clássico “Arte da Guerra” de seu ídolo e mentor Sun Tzu. Não satisfeito trocou a faixa etária da caixa do jogo para “For American Players”.

Bouzada, que jogava Amun-Re com o Carlos Merino, o Zé Colméia (só tem figura neste Calabouço) e um sujeito não identificado ainda, estava ansioso por “socializar” as mesas. A verdade é que ele já não agüentava mais ser “pancado” pelo Carlos Merino que também conhece muito do Egito, de sarcófagos e do Escorpião Rei. O Bouzada não consegue aceitar isto.

Depois disso tudo, já eram umas 02:00 da manhã e eu e o André Felipe fomos jogar um BattleLore enquanto Bouzada, Cacá e Cia jogavam o Brass.

Do BattleLore eu não vou falar muito porque só o setup levou um tempão. Além disso contrataram o Zeca Pimenteira para abelhar o meu jogo.

- Bonito jogo, hein Cadu! Peças bonitas, incorpadas, cartas de magia... humm. Bonito mesmo estes Goblins! Sempre quis jogar uma partida assim!

O Zeca Pimenteira foi pior que a macumba do “dedo podre” que o Vitor usa contra o Bouzada. E para citar um exemplo do que foi a partida tinha uma carta de magia, a tal de “FireBall”, que parecia ser o “bicho” e ia me colocar de volta no jogo depois que um bando de Anões detonaram os meus Goblins (só em jogo mesmo). Depois de errar tudo nos dados errei também o Fireball, minhas unidades ficaram isoladas e a derrota foi inevitável. Vida ruim, mas o jogo é bom.

Cacá, Major Bouzada Ronque Fuça, Amiúne (o que é isso?), Zé Colméia, Zavandor, Mosca Morta, Americano, Cadu Bielsa, Shamou, Deputado Camilo Sujeira e outros. Os personagens do Calabouço são mais estranhos que os X-Men, mas a diversão é garantida.

[]s,

Cadu.

6 comentários:

Cacá disse...

Cara, definitivamente em dia que o Cadu for eu vou me contentar em mandar as fotos pra ele e copiar o report na cara dura... hahAHhaHAHahAH

Muito bom seu Cadu, o lance é tu aparecer mais pra jogarmos mais Agricola, o jogo é foda mesmo...

Cadu disse...

Valeu Cacá.

Vou aparecer mais mesmo porque acho que viciei no Agrícola de vez. O jogo é muito bom!

[]s,

Cadu.

Guilherme Rodrigues disse...

Hahaha
Reports do Cadu FTW :D

Anônimo disse...

Boa Cadu!

Depois desse, não faço mais report quando você fizer ;)

Em minha defesa, gostaria de dizer que não joguei bem e não merecia a vitória . Foi a cartinha no final que deu o gás necessário a mesma.

Espero podermos jogar de novo, em breve.

Abrax

Anônimo disse...

E eu falei que tinha coisa engraçada pra escrever, não falei ;)

Ficou muito bom, o melhor dos últimos tempos!

Abração!

Anônimo disse...

bom comeco