quarta-feira, 1 de abril de 2009

Resenha : Die Macher



Você já se imaginou passando algumas horas com um jogo que trata das eleições alemãs?
Pois é, pode não parecer muito atraente não é mesmo? Mas não se engane. Die Macher é um jogo excepcional!!! Complexo, divertido, desafiador, estratégico, Die Macher é tudo isso e um pouco mais. Vale a pena conferir!!!

Tema

Particularmente o tema das eleições me atrai bastante. Partidos, comícios, pesquisas, opinião pública, plataforma política, influência da mídia, alianças, coligações e outros elementos estão presentes em Die Macher, e muito bem implementados. O jogo é bastante temático abordando cada um destes elementos com uma fidelidade impressionante. Claro que as eleições na Alemanha não seguem o mesmo padrão brasileiro, mas isso não faz com que o interesse pelo tema diminua.

Nota (5/5)Um tema muito bem implementado. Fidelíssimo.

Componentes

Os componentes são de boa qualidade mas nada de muito impressionante. O jogo possui centenas de cartas divididas em vários decks: opinião pública, pesquisas, estados, plataforma política, ações dos gabinetes dentre outros. Uma ressalva é que as cartas de opinião pública e plataforma política são parecidas e as vezes confundem-se os decks, mas nada de muito preocupante.

Para cada jogador existem marcadores de madeira para stands de comícios, popularidade do partido, quantidade de voto no estado, controle da mídia e membros do partido. São marcadores coloridos, com formas diferentes para cada finalidade e cumprem bem o seu papel.

O jogo acompanha alguns tabuleiros representando o cenário político nacional e os estados onde está se realizando as eleições. Também existem dois dados especiais que são utilizados apenas em alguns eventos aleatórios trazendo um pouco do elemento sorte, mas que não comprometem em momento algum.

Os componentes não são muito atraentes e é necessário uma mesa relativamente grande para acomodar tudo, mas cumprem o seu papel fielmente sem desperdício.



Nota (3/5)Componentes com boa qualidade, resistentes e que cumprem seu papel fielmente. Possui centenas de cartas e não se trata de um jogo visualmente bonito, necessitando de uma área de jogo relativamente grande.

Mecânica

A mecânica é muito bem amarrada e é o grande atrativo do jogo. Um turno completo possui cerca de 8 fases específicas. Uma das fases, por exemplo, utiliza cartas do deck denominado “Shadow Cabinet” que de forma simplificada representa as ações que os partidos executam nos bastidores.
Também existem fases de leilão para determinar o primeiro a jogar, e para a publicação ou não de pesquisas de opinião pública.

O jogador tem uma visão de até 4 estados (início do jogo) onde estão ocorrendo as eleições, sendo que um deles será apurado no final do turno corrente. Cada uma das fases do jogo são cruciais para o sucesso das eleições e o jogador pode atuar em qualquer dos estados disponíveis no momento, sempre procurando melhorar sua situação em relação a opinião pública e em contrapartida piorando a opinião dos adversários.
Essa flexibilidade faz com que as atenções não fiquem concentradas apenas no estado em que a eleição está ocorrendo o que torna o planejamento a longo prazo algo imprescindível para alcançar a vitória.

Nota (4/5)O Die Macher possui mecânicas inteligentes e bastante funcionais. O jogo é muito bem implementado e apesar de ser bastante complexo ainda cabe um pouco de sorte nos lançamentos de dados e nas cartas de preferências populares em cada estado.

Replay

O fator replay em Die Macher dependerá bastante do grupo, pois apesar de ser um excelente jogo e de prender bastante a atenção dos jogadores durante a partida ele é também bastante complexo e principalmente demorado o que afasta grande parte dos jogadores.

No entanto se o grupo aprecia jogos neste nível de complexidade o tempo de jogo não for um obstáculo então Die Macher é uma ótima pedida para um replay.

Nota (3/5)Muitas fases e uma boa dose de complexidade certamente afastará os jogadores mais casuais. O tempo excessivo de jogo também pode ser um fator negativo para alguns.



Variantes


O jogo não apresenta variantes significativas. O que existe de fato é a possibilidade de jogá-lo em sua versão “full” com eleição em 7 estados durante a partida ou, para jogos mais rápidos, em sua versão “short” com eleição em 5 estados.

Nota (3/5) Para jogos mais rápidos os jogadores, em comum acordo, podem optar por eleições em uma quantidade menor de estados.

Diversão

Die Macher é um jogo que será melhor apreciado pelos chamados “heavy-gamers”. Isto não quer dizer que um jogador mais “light” não vá identificar as qualidades do Die Macher, no entanto a grande quantidade de coisas a controlar e a concentração que exige tornam o jogo bastante tenso, o que pode não ser muito divertido para alguns.

Mas como o fator diversão pode ser muito subjetivo me arrisco a dizer que para outros são justamente estas características de “jogo pesado” que o tornam divertido.



Outra coisa interessante é que as regras não são tão difíceis de assimilar, o que é complexo no jogo é a tomada de decisões. Isto pode ser um ponto positivo em atrair um grupo maior de jogadores.

Nota (3/5)A diversão está na competitividade e na grande quantidade de coisas para controlar. Não será apreciado por jogadores que gostam de partidas rápidas ou de jogos mais leves.

Conclusão

Die Macher não é um jogo simples, leva-se em torno de 45 a 60 minutos para explicar todas as regras e fases do jogo e não deve agradar a todos. Tem um tema interessante e muito bem implementado, mas que também não é novidade. É um jogo complexo o que pode afastar muita gente, mas por outro lado atrai aqueles que gostam de um verdadeiro desafio.

Nota (4/5)

3 comentários:

Cacá disse...

Muito boa resenha como sempre Cadu...

Abraços...

Guilherme Rodrigues disse...

Die Macher é foda!

Cesar disse...

Muito legal a resenha... Este jogo é daquele que você sai com a cabeça pesada de tantos fatores que você tem que pesar para tomar as decisões.É um dos jogos mais legais que já joguei... ele fica bom na terceira vez que você joga, pois já acostumou com as regras e começa a sacar algumas artimanhas, como no momento de subir um carta para o board (quando ganha as eleições) dar um jeito de colocar as cartas boas para os concorrentes na eleição um turno antes da eleição para depois poder joga-la no lixo...